Padre Paul Bannwarth – Parte II
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Curtíssima foi a passagem desse jesuíta em Itu, somente um ano de trabalho como professor dos idiomas francês e alemão no Colégio São Luís quando contava vinte e cinco anos, mas não menos interessante a sua atuação no Brasil católico.
Peter Paul Bannwarth nasceu em Obermorschwir, na Alsácia, então ocupada pelos alemães, a 30 de junho de 1888. Seu irmão, sete anos mais velho, Robert, de quem nos ocupamos no artigo anterior, serviu-lhe de inspiração na vocação. Deixando família na Alsácia, veio ao Brasil e entrou para o noviciado da Companhia de Jesus a 18 de agosto de 1906 em Campanha (MG). Foi companheiro de estudos de espiritualidade inaciana e letras clássicas do padre Leonel Franca, que se tornaria um dos grandes nomes da Companhia de Jesus no Brasil, fundador da PUC do Rio de Janeiro.
Após um ano de trabalho como mestre no colégio de Itu, Bannwarth foi lecionar em Nova Friburgo e de lá seguiu para Roma a fim de estudar Filosofia na Universidade Gregoriana. Depois foi a Innsbruck, na Áustria cursar a Teologia. Foi ordenado sacerdote em 1922.
De volta ao Brasil o padre Paul Bannwarth assumiu diversos cargos administrativos de expressão. Inicialmente foi reitor do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, transformado em colégio máximo da Companhia de Jesus, destinado à formação dos próprios jesuítas, reunindo a Escola Apostólica, Noviciado, Letras Clássicas e Filosofia. Eram centenas de jovens que representavam o futuro da Ordem no país, daí o grande compromisso do seu reitor. Por outros seis anos, entre 1934 a 1940 dirigiu o Externato Santo Inácio, no Rio de Janeiro. Foi o responsável pela construção de uma ala nova do colégio e uma Casa de Retiros para os jesuítas, na Gávea.
Em 1941 o padre Bannwarth se mudou para São Paulo a fim de dirigir o Colégio São Luís instalado na Avenida Paulista, inclusive na celebração de seus setenta e cinco anos de fundação. Era um dos maiores e mais prestigiados colégios brasileiros.
Em 1945 retornou ao Rio de Janeiro tornando-se professor de Filosofia na primeira Universidade Católica do Brasil, a PUC RJ. Com a morte do padre Franca, assumiu a reitoria da PUC por seis anos. Foi também o responsável pela aquisição de terrenos e projeto de construção do campus.
Bannwarth foi novamente reitor no Colégio Anchieta. Entre 1956 e 1962 foi Provincial da Vice-Província dos jesuítas no Nordeste do Brasil, destinado à criação da Universidade Católica de Pernambuco.
Após quarenta anos de intensa atividade religiosa, mas sobretudo de administração dos principais projetos dos jesuítas no país, os últimos anos de vida o padre Paul Bannwarth passou no Rio de Janeiro. Com setenta e seis anos reunia forças para dirigir as Congregações Marianas e continuar como escritor, mudando radicalmente seu trabalho. Após curta enfermidade, veio a falecer no dia 17 de julho de 1975 aos oitenta e sete anos, morando no Colégio Santo Inácio.

Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica
“Padre Luiz D’Elboux”