Pe. Giacomo Bondi
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O dia 22 de maio de 1930 amanheceu festivo na igreja do Bom Jesus. Era a celebração dos cinquenta anos de sacerdócio do padre Giacomo Bondi. Estiveram presentes todas as associações religiosas. Depois da missa houve sessão solene; o homenageado foi saudado pelo Dr. Manoel Maria Bueno. Bondi contava 76 anos e estava felicíssimo. Distribuiu santinhos a todos. Às crianças do catecismo deu balinhas. À noite houve jantar com convidados. Os pratos especiais vieram do Colégio Patrocínio e do Conventinho, onde ele era capelão havia muitos anos.

As notícias sobre o padre Bondi falam de um homem afetuoso, bom confessor e dedicado sacerdote. No mês seguinte a igreja do Bom Jesus aguardava romarias, na festa do sagrado Coração de Jesus e em novembro o padre Bondi iria completar cinquenta anos de Companhia de Jesus…No domingo 15 de junho, uma semana antes da grande romaria paulistana, o carro chegou às 6 horas para levá-lo ao Conventinho. Frequentemente ele caminhava até a igreja das religiosas, mas o médico indicara que devia evitar excessos. Ninguém o encontrava. Bateram à porta e não respondeu. O padre Diniz resolveu entrar e o encontrou morto, sentado à poltrona. Constatou-se um infarto fulminante em torno da meia-noite. Foi sepultado às 17h no cemitério municipal de Itu, no túmulo que fora do padre Taddei, após solene encomendação e homenagens da comunidade. É que ele vivia no Bom Jesus desde 1924.

O padre Bondi nasceu em Valmozzola, província de Parma, a 25 de agosto de 1853. Estudou a Filosofia e Teologia em sua região de origem e foi ordenado sacerdote a 22 de maio de 1880. A 7 de novembro do mesmo ano entrou para a Companhia de Jesus na província Veneta. Repetiu a Teologia em Porto Re e foi aplicado em missões em Bergamo e Brescia por sete anos. Depois viveu doze anos na Croácia, como missionário.
Em 1912 chegou a Itu para trabalhos apostólicos junto à igreja do Bom Jesus, fazendo comunidade com o padre Faini, superior e o padre Taddei que vivia seus últimos meses de vida.

Capela do Conventinho

Padre Giacomo Bondi não foi escritor, nem exerceu cargos administrativos. Era um confessor e capelão dedicado, sem participar de grandes celebrações. Vivia à sombra da comunidade, sem pregar novenas e tríduos, sem dirigir associações, recluso ao confessionário. A 28 de agosto de 1917 foi destinado a viver no Santuário do Coração de Jesus em Santos, quando novamente exerceu o papel de cura de almas. Viveu um tempo também com as comunidades italianas de Nova Trento, em Santa Catarina.

Bondi voltou a Itu em 1924 para seus últimos seis anos de capelania junto às Irmãs de clausura no Conventinho. Na antiga igreja de Nossa Senhora das Mercês, cuja foto tirada por Setimo Caterini ilustra a matéria, ele celebrava a missa diariamente, compartilhando com as religiosas a alegria de ser padre.