Domingo de Ramos da Paixão do Senhor
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Diác. João Preto.
Par. São Camilo de Lellis

O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa. Temos dois textos do Evangelho: o primeiro é a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, o segundo a narrativa da Paixão.

A entrada de Jesus em Jerusalém a partir do Monte das Oliveiras é a reta final de sua ca-minhada desde que deixou a Galileia. É também o início do grande desfecho de sua missão.

O povo o aclama como Rei com honras messiânicas, com direito a cortejo de Ramos e vestes formando um tapete para Ele passar.

Jesus assume a postura do rei humilde e manso, solidário ao povo simples, cuja montaria é o jumentinho, símbolo da submissão do trabalho árduo e da pobreza. Ele não vem montado num cavalo, símbolo de nobreza, de senhorio, de autoridade e de força. Todos gritavam:

“Bendito o rei que vem em nome do Senhor! Paz do Céu e Glória nas alturas”. Alguns fari-seus disseram a Jesus: “Mestre repreende teus discípulos”! Jesus, porém, respondeu: “Eu vos declaro: se eles se calarem as pedras gritarão”!

Coisas graves terríveis estavam para acontecer. Mas naquele momento, a aclamação festiva do povo anunciava o significado da ação de Jesus como alimentador de toda a esperança de vitória do bem, da libertação, de vida na direção da vontade de Deus.

Mas nem todos estão em clima de festa. Saindo dali, Jesus vai celebrar outro tipo de festa: a Ceia da Páscoa que quer comer pela última vez com seus amigos. No meio da festa, um sentimento diferente: alguém ali vai errar de caminho, vai trair Jesus. A festa, os aplausos duraram pouco. Aqueles que atiraram flores, agora vão atirar pedras. O povo quer fazer de Jesus, Rei. Jesus sabe como os aplausos são passageiros e que todo cuidado é pouco…

A paixão de Jesus gira em torno de um paradoxo: um inocente condenado à morrer como os bandidos e os marginais. Seus acusadores foram incapazes de apontar uma só prova consistente contra ele. A autoridade romana que deveria confirmar a sentença de morte pelo tribunal Judaico declarou não ter encontrado em Jesus nada que justificasse uma punição.

Foi por isso que Pilatos achou por bem enviá-lo a Herodes na tentativa de confirmar seu parecer.

Ao ser enviado de volta, Pilatos deduziu que também Herodes nada havia apurado contra Jesus.

A atitude do Mestre ao longo de todo o processo foi de silêncio. Ele agia como o servo sofredor que Isaías comparou com um Cordeiro manso, levado ao matadouro. Ele se recusou até o fim a entrar na ciranda da violência que paga com a mesma moeda a injustiça sofrida.

Não respondendo ao mal com o mal, Jesus conseguiu desarticulá-lo mostrando que é possível ao ser humano não se deixar dominar por seus instintos perversos.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!