Pe. Celestino Dordis
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A 19 de maio de 1927 chegava à igreja do Bom Jesus o padre Celestino Dordis. Foi um típico “cura de almas”, atividade que optou para sua vida religiosa.

Nascido em Montgaillard (França) a 6 de abril de 1882, Celestinio era filho de Antonio Dordis e Ana Piquet. Aos dezesseis anos chegou ao Brasil para ingressar na Ordem dos jesuítas, em Campanha (MG), onde estava a casa de formação brasileira. Era 12 de novembro de 1898.

Após os estudos de espiritualidade, Celestino seguiu a formação em retórica e letras clássicas. Viveu três anos em Roma, estudando Filosofia no Colégio Romano. Apto para o magistério, em 1906 o mestre Dordis foi enviado ao Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, professor de matemática, francês e catecismo.

Dordis chegou a Itu pela primeira vez em 1909. Morava no Colégio São Luís e lecionava latim, grego e matemática na Escola Apostólica da Sagrada Família, ginásio gratuito para meninos, anexo ao colégio, com vistas a colher vocações à Companhia de Jesus. Depois de três anos de atividade voltou a Roma para a Teologia na Universidade Gregoriana.

A 26 de julho de 1914 foi ordenado padre. Em 1916, antes que a Primeira Guerra o impedisse de sair da Europa, já o encontramos em Minas Gerais, fazendo missões populares. Nesse tempo ele viveu alguns meses na igreja do Bom Jesus.

Cruzada 1928

O padre Dordis não foi superior de casa alguma dos jesuítas. Seu trabalho foi todo dedicado à espiritualidade. Em 1920 estava em Santos; por sete anos celebrou a missa diária no Santuário do Sagrado Coração de Jesus e atendeu confissões, em especial dos alunos do Ginásio Santista.

Ao chegar a Itu, para sua terceira estada, em 1927, tornou-se responsável pela catequese das centenas de crianças que a frequentavam aos domingos. Foi também diretor da Cruzada Eucarística, ramo juvenil do Apostolado da Oração, numeroso e movimentado grupo no Bom Jesus, cuja foto ilustra esta matéria. Padre Dordis foi capelão das Irmãs do Conventinho e diretor da Congregação Mariana feminina; confessava as Irmãs do Colégio Patrocínio e atendia a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte. A 9 de abril de 1934 voltou para seus ministérios em Santos.

Novamente o encontramos em Itu em 8 de março de 1941 para diversas atividades fora do Bom Jesus, circulando pelas comunidades da paróquia: capelão na Santa Casa de Misericórdia, confessor das alunas do Colégio Patrocínio e no Seminário do Carmo. Foi um tempo em que a quantidade de jesuítas estrangeiros estava reduzida, pelas atividades nos colégios e ainda não havia tantos brasileiros para exercer os ministérios. Com a retirada do padre Dordis de Itu, em 22 de fevereiro de 1942, destinado ao Colégio São Francisco Xavier, em São Paulo, os jesuítas foram obrigados a abandonar a capelania da Santa Casa, pela falta de pessoal.

Após cinco anos atendendo os alunos do colégio do bairro do Ipiranga, Dordis faleceu a 12 de setembro de 1947.

Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”