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Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia

1ª Leitura (Êxodo 3,1-8a.13-15)
O trecho se inicia apresentando-nos Moisés que está pastoreando o rebanho do sogro no monte Horeb; ele já sofreu bastante por ter se preocupado com os outros; agora só quer viver em paz. Deus, que conhece esses seus sentimentos, decide um dia manifestar-lhe o seu plano: libertar o povo de Israel da escravidão.
Moisés entende que o Senhor precisa dele. Percebe que Ele veio para tirá-lo dessa vida simples e tranqüila que está vivendo há alguns anos. Parece que Ele está querendo envolvê-lo em conflitos dos quais ele queria se ver livre. Mas como recusar-se a atender a uma convocação do Senhor? Moisés levanta uma objeção: “Eu irei aos israelitas e lhes direi: o Deus dos vossos pais me enviou até vós”. Mas se eles me perguntarem: qual é o seu nome? o que eu lhes direi?”
Na segunda parte da leitura (vers.13-15) encontramos a revelação do nome do Senhor. Deus responde a Moisés: “dirás aos israelitas que: Eu sou aquele que sou”, ou melhor: “Eu serei aquele que serei”. Por que Deus quer ser chamado com um nome tão estranho? O que significa esse nome que ocorre mais de 6700 vezes na Bíblia? Significa: vocês entenderão quem eu serei, e vereis, por aquilo que farei, quem sou eu.
Deus hoje não mudou de nome. Ele é sempre aquele que é sensível aos gritos de quem sofre, que continua sendo “libertador”. Não exigirá também de nós, como de Moisés, que nos tornemos libertadores dos nossos irmãos?

2ª Leitura (1Coríntios 10,1-6.10-12)
A comunidade de Corinto é bastante fervorosa, entretanto como acontece em todos os lugares, há também alguns aspectos negativos: discórdias, imoralidades, invejas. Alguns destes cristãos acham que é suficiente o batismo para ter a certeza da própria salvação. Paulo percebe então que eles estão se embalando numa perigosa ilusão.
Para corrigir esta falsa convicção, traz então o exemplo do povo de Israel. Diz-lhes: os israelitas acreditaram em Moisés e o seguiram; atravessaram o Mar Vermelho, foram protegidos pela nuvem, comeram o maná e beberam a água que jorrou da rocha, mas no fim, por causa da infidelidade, nenhum deles entrou na terra prometida.
O mesmo pode acontecer aos cristãos. Eles devem se lembrar que os benefícios de Deus não operam de maneira automática e quase mágica. Não basta ter acreditado em Cristo (novo Moisés), terem sido batizados (como a passagem do mar Vermelho), ter recebido o Espírito (como a proteção da nuvem), ter-se alimentado na Eucaristia (como o maná e a água do deserto), é preciso levar uma vida coerente, caso contrário os cristãos também poderão perder-se, como aconteceu aos israelitas no deserto.