“Calem-se as armas!”
Compartilhe

Ao final da oração do Angelus, no último domingo, dia 27, o Papa Francisco falou uma vez mais sobre a loucura da guerra. “Nestes dias, ficamos abalados por algo trágico: a guerra. Muitas vezes rezamos para que este caminho não fosse percorrido. E não paramos de falar; pelo contrário, suplicamos a Deus com mais intensidade. (…) Quem faz a guerra esquece a humanidade. Não parte do povo, não olha para a vida concreta das pessoas. (…) Baseia-se na lógica diabólica e perversa das armas, que é a mais distante da vontade de Deus. E se distancia das pessoas comuns, que desejam a paz; e que pagam as loucuras da guerra com a própria pele.”

A mensagem do Papa é um refrão que liga todos os últimos apelos. A guerra desencadeada pela Rússia na Ucrânia torna ainda mais urgente a convocação, na Quarta-feira de Cinzas, de um Dia de oração e jejum para que a paz possa retornar onde pessoas indefesas buscam refúgio ou morrem, onde “as mães estão em fuga com seus filhos…”. Rezaremos, é o convite de Francisco, “para sentir que somos todos irmãos e irmãs e para implorar a Deus o fim da guerra”.

Quem faz a guerra esquece a humanidade. Não parte do povo, não olha para a vida concreta das pessoas, mas coloca diante de tudo interesses de parte e de poder. Baseia-se na lógica diabólica e perversa das armas, que é a mais distante da vontade de Deus. E se distancia das pessoas comuns, que desejam a paz; e que em cada conflito – pessoas comuns – são as verdadeiras vítimas, que pagam as loucuras da guerra com a própria pele.

Pedaços de guerras que não devem ser esquecidos

Para os idosos, as crianças, as pessoas que procuram refúgio, “é urgente – insistiu Francisco – abrir corredores humanitários”, eles são irmãos e irmãs “que devem ser acolhidos”. E mais uma vez a voz se move sobre o mundo das guerras “em pedaços”.

Com o coração dilacerado pelo que está acorrendo na Ucrânia – e não esqueçamos as guerras em outras partes do mundo, como no Iêmen, na Síria, na Etiópia… -, repito: calem-se as armas! Deus está com os construtores de paz, não com aqueles que usam a violência.

“Porque aqueles que amam a paz”, concluiu o Papa, citando a Constituição italiana, “repudiam a guerra como instrumento de ofensa à liberdade de outros povos e como meio de resolver disputas”. As bandeiras de muitos ucranianos na Praça São Pedro balançaram em sinal de agradecimento ao Papa. E Francisco saudou-os em seu idioma: Хвала Ісусу Христу, “Louvado seja Jesus Cristo”.

 

Fonte: Vatican News