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por Diác. Francisco Carlos
Paróquia Nossa Senhora da Candelária

“Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem querer”

Evangelho (Lc 3,15-16.21-22)

Concluindo as comemorações da manifestação do Senhor do ciclo do Natal , celebramos hoje a festa do Batismo do Senhor.
O Evangelho nos diz que o povo estava na expectativa da vinda do Messias, isto é, daquele que deveria chegar para resgatá-lo da opressão da tirania dos poderosos, tanto políticos quanto religiosos.
Um Messias que viesse inaugurar a alternativa de um caminho novo de vida. O profeta João pregava, isto é, conclamava o povo a voltar para a justiça de Deus.
Aos que aderiam à sua pregação, o profeta mergulhava-os na água, como sinal celebrativo da conversão. Sua pregação arrastava multidões, a maioria de pobres e excluídos. Tanto que começaram a imaginar ser ele, João, o próprio Messias esperado.
João reage, afirmando categoricamente que não. “Eu vos batizo com água”, diz ele, “mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias”.
Na verdade, o Messias já estava ali no meio daquela multidão, mas escondido, incógnito, misturado na massa popular, ombro a ombro com os pobres, solidário com eles. Ninguém sabia.
Junto com o povo, ele também mergulha na agua como sinal, não de uma “conversão”, evidentemente, mas de uma “missão” e enquanto ele rezava, o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma visível, como pomba. E dos céus veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem querer”.
É o grande exemplo de humildade de Jesus, que se deixa batizar no rio Jordão.
O ponto alto do batismo (que quer dizer mergulho em grego) de Jesus está no fato de o Espírito Santo descer sobre ele em forma visível, e na voz que vem do céu. É a voz do Pai que o proclama seu Filho amado, no qual se encontra sua complacência.
O mergulho nas águas junto com aquele povo constitui um verdadeiro sinal que torna celebre este grande mistério da comunhão trinitária. Ao mesmo tempo torna célebre também o inicio de um batismo totalmente novo.
O céu aberto testemunha que, de fato, ele é o Messias.
Batizar na Igreja não é um ato de “cumprimento de um rito”, mas expressão do desejo de nos tornarmos discípulos do Senhor, dispostos a partilhar gratuitamente o dom que recebemos no sacramento, sem excluir ninguém nessa missão. A fé em Jesus Cristo que abraçamos no batismo nos dá a justa dimensão e compreensão de todas as coisas, fazendo-nos olhar o mundo numa perspectiva divina.
A nova vida conferida aos discípulos de Jesus, por meio do batismo no Espírito Santo põe-nos em comunhão com o Senhor, vencedor do pecado e da morte. Assim, regenerados a imagem e semelhança do Criador, somos inclinados pelo sacramento do batismo a continuamente assumir uma missão de amor.
Quem desce com fé a esse banho de regeneração, renuncia ao demôno e entrega-se a Cristo; renega o inimigo e proclama que Cristo é Deus; renuncia à escravidão e reveste-se da adoção filial, sai do batismo, resplandecente como o sol. irradiando justiça, e mais que tudo isso, torna-se filho de Deus e herdeiro de Cristo.
Essa festa nos faz refletir: – como filho amado de Deus, identifico-me com o Filho amado, indo a seu exemplo, ao encontro daqueles que precisam?

Deus abençoe a todos!