por Pe. Salathiel de Souza (“Pe. Sala”)
Missionário da Diocese de Jundiaí em Roraima

Via de regra, a grande maioria das pessoas trata das questões transcendentais de modo pueril. Com um ar esotérico ou de mistério bobo, as pessoas opinam sobre vida post mortem, existência divina, céu e inferno, etc. Um dos sinais da decadência da humanidade é versar levianamente, sem conhecimento de causa, sobre assuntos sérios.
Os que professam alguma forma de fé estão convencidos da ação de Deus, desde a criação do universo até os nossos dias. Entendem que os seres humanos não sabem e tampouco compreendemos 99% dos segredos desta vida, quanto mais da posterior morte. Percebem que há muito mais por trás da nossa realidade do que suspeita a nossa vã filosofia.
Os que não professam fé alguma, nem em si mesmos, muitas vezes por simples birra filosófica, covardia teológica ou indisposição pessoal, não carecem e muito menos aceitam qualquer tipo de argumento, fato ou testemunho a respeito das realidades invisíveis. É outro sintoma da decadência humana: a escravidão mental e espiritual por causa do materialismo rasteiro.
Os cristãos acreditam que Deus nos criou por causa de seu imenso amor. Com o dom da vida, veio nossa primeira vocação: sermos felizes, amando o Criador e sendo amados por Ele. Falhamos quando cedemos ao pecado, ou seja, as nossas más inclinações, usando mal a nossa liberdade de escolha. Deus não tem nada com os nossos erros, mas nos entende e perdoa se realmente nos arrependermos dos pecados cometidos.
Essas e outras verdades espirituais nós não descobrimos por acaso ou sozinhos. O próprio Deus é quem foi, paulatinamente, revelando tais mistérios à humanidade. Primeiro através de um povo escolhido e depois para o mundo inteiro, através de Cristo. Ao conjunto das verdades da fé cristã, costumamos chamar “Revelação”. A palavra significa que Deus, em sua imensa bondade, tira o véu misterioso das realidades invisíveis para nos mostrar o que jamais conseguiríamos enxergar com a razão.
O ápice da Revelação nos veio através de Jesus, a Sabedoria Encarnada. O Nazareno revelou para nós tudo o que precisamos saber para alcançarmos a Salvação, que é a vida no céu após esta vida na terra. No Paraíso estaremos salvos definitivamente, longe do pecado e da morte, afastados da dor e da maldade, livres de Satanás e seus asseclas.
Ao contrário do que pensa o senso comum, esta Salvação não é algo fácil. Porém, não é impossível. O Filho de Maria nos ensinou tudo o que é essencial na Fé. Não se deteve em polêmicas vazias, em falsos moralismos ou questões comezinhas. Jesus foi o primeiro a insistir na pregação sobre o Céu, o Inferno, o Purgatório, a ação do diabo no mundo, etc.
Uma igreja que não se preste a continuar revelando aos incautos as realidades espirituais invisíveis, não estará cumprindo a ordem de Cristo. Questões da terra, da sociedade humana, sem dúvida alguma são importantes. Porém, o dever máximo da Igreja é abrir os olhos de quem não enxerga e falar a Verdade do Evangelho aos que se fingem de surdos.
A Salvação? Está próxima. Basta lembrar do que disse a Virgem Maria aos garçons nas bodas em Caná: “Fazei tudo o que ele (Jesus) vos disser”. Como afirmou o próprio Cristo, seremos seus amigos se fizermos tudo o que ele manda. Seremos irmãos e irmãs de Cristo, se fizermos a vontade do Pai que está no Céu. É assim que seremos salvos para sempre, na eternidade.
O caminho para a Salvação já foi revelado. A Salvação está próxima. Basta que cada um faça a própria parte, por onde for dê testemunho sincero e fiel. Continuemos rezando por todas as pessoas que ainda rejeitam e negam as coisas reveladas por Deus, prejudicando a si mesmas na medida em que dessa forma renegam também a sua própria Salvação.

Amém!