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1ª Leitura (At 12,1-11)
Não é difícil acreditar na providência quando Deus mostra tanta solicitude nos confrontos de seus servos fiéis. Mas por que não se comporta desse jeito também hoje? Por que, enquanto os justos sofrem injúrias e vexames, ele parece assistir tudo impassível, lá do céu? São as perguntas que fazemos na festa destes dois santos mártires.
Um descendente de Herodes, o Grande
Companheiro de baderna do imperador romano Calígula, Herodes Agripa obteve do amigo o reino que pertenceu a seu avô Herodes, o Grande. É um usurpador e deve, de qualquer maneira tornar-se simpático ao povo judaico; manda matar Tiago filho de Zebedeu e prende Pedro que – nesse momento é sabido por todos – se tornou impuro entrando na casa de Cornélio (ver Atos 10).
Pedro dorme. O seu sono, mais que expressão de serenidade interior, é sinal de entrega total diante do extraordinário poder do mal.
O Anjo do Senhor
Na Sagrada Escritura fala-se frequentemente do “Anjo do Senhor” e – isto pode maravilhar quem não está acostumado à linguagem bíblica – mas algumas vezes não indica diretamente Deus mas um seu intermediário humano. Por exemplo, quando o Senhor diz a seu povo: “Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e te conduzir ao lugar que te preparei, (Ex 23,20-23), não se refere a um espírito, mas a um homem concreto, a Moisés. É ele o “anjo” encarregado de levar a cumprimento a libertação que o Senhor quer.
A Mensagem
A chave de leitura de todo o trecho é a frase de Pedro: “Agora – diz – vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu anjo e me livrou da mão de Herodes” (vers.11). A salvação não se deve a qualquer iniciativa sua, mas é obra do Senhor. Isto que lhe aconteceu constitui uma lição para todos os discípulos: Deus jamais abandona quem põe sua vida em perigo pelo Evangelho.
A leitura convida quem está sofrendo por amor a Cristo a lembrar-se de que, mesmo que todos estejam contra ele, do seu lado está sempre “o Anjo do Senhor”.

2ª Leitura (2Tm 4,6-8.17-18)
Poucos meses antes de morrer, Paulo – preso em um cárcere em Roma – escreve ao amigo Timóteo, seu companheiro de trabalho na obra da evangelização e na formação das primeiras comunidades cristãs. Seu sangue está para ser derramado em libação e é chegado o momento de recolher as velas (vers.6)
Ele se confia ao Senhor, justo Juiz. Aqueles que no estádio venciam uma competição, naqueles tempos antigos, recebiam uma coroa de louros. Essa coroa – continua – Deus a oferecerá “a todos aqueles guardam com amor a sua aparição” (ver.8), ou seja, a todos os que, como ele, terão lutado pela justiça.
Pedro e Paulo mostram-nos com que dedicação, desinteresse, amor e coragem deve ser desenvolvido o ministério do anúncio do Evangelho. São um exemplo para os mensageiros ou ministros da Palavra das nossas comunidades da atualidade.

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