O primeiro pároco
Padre Phelippe de Campos, o primeiro pároco da matriz de Itu, chegou em 1680.
Batizado a 18 de março de 1647 em São Paulo, Phelippe teve processo de habilitação para o sacerdócio ao mesmo tempo do padre Bernardo de Quadros. Talvez tenham sido ordenados juntos. Era filho de Margarida Bicudo e Felipe de Campos Banderborg. O pai era lisboeta, mas de origem belga e em São Paulo exerceu cargos no governo. Tiveram doze filhos ao todo, dentre os quais se destaca o padre Estanislau de Campos, virtuoso jesuíta.
Segundo Francisco Nardy, o padre Phelippe desde 1680 era vigário colado da Paróquia, ou seja residente, responsável pelo cuidado espiritual da vila. Conta também que houve um pedido de côngrua (salário) para um padre coadjutor, pois o número de habitantes de Itu crescera para 300 casais. A nomeação pela Mesa de Consciência e Ordem do Reino de Portugal veio a 20 de fevereiro de 1694.
Antes disto o padre Phelippe já agitava bastante a paróquia, promovendo festas de Semana Santa e novenas dos padroeiros em altares próprios. A matriz nova, construída no meio do atual Largo da Matriz, com altar mor e outros, laterais; comportava certa estrutura complexa, com música no coro alto e uma sacristia com belas alfaias.
A imagem da Virgem Candelária, atualmente na Igreja do Bom Jesus, foi esculpida para esta matriz. Da primeira imagem venerada em Itu não se tem informação hoje.
Padre Phelippe de Campos foi quem benzeu a capela de Nossa Senhora do Monte Serrat, na povoação do Salto, a 16 de junho de 1698. Devoto de São Francisco, ele e a mãe, que morava em sua casa, tudo fizeram para que se instalasse em Itu o Convento de São Luís de Tolosa, em 1691. Esteve como pároco até 1700, quando faleceu aos 53 anos.
Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”