O primeiro coadjutor
As informações sobre a criação da Paróquia de Nossa Senhora Candelária são imprecisas. A escassa documentação não põe luz à história. Diz Nardy Filho que a paróquia data de 1657, mas ainda dependendo de Santana de Parnaíba… por quê? Se era paróquia deveria ter autonomia! Pode ser que os Fernandes povoadores exigissem um pároco, liberdade administrativa, status para a capela, mas não houvesse padres suficientes, sobretudo para enviar à “boca do sertão”. Depois da morte do fundador, seu neto e responsável pela capela, Domingos Fernandes da Costa chegou a questionar a possibilidade de transferir a capela para lugar mais adequado, o que foi negado pela administração da colônia. Essa insegurança também pode ter retardado a situação de independência da vila de Itu.
Nardy Filho, com o que dispunha há 90 anos, apresentou o padre Bernardo de Quadros como primeiro cura em Itu, já em 1667, inclusive o responsável pela construção da matriz nova. Impossível! Ele só foi ordenado padre depois de 1671. Se dirigiu a obra de erguimento da igreja, vivia em Itu como leigo e não vigário encomendado (coadjutor), como propõe o autor.
Bernardo de Quadros nasceu em 1847, filho de Bartolomeu de Quadros, homem de grande conhecimento em São Paulo, e Isabel Bicudo de Mendonça. O primeiro dessa família de poder e patrimônio era avô, homônimo do futuro padre, espanhol, escrivão no Rio de Janeiro. De lá passou a São Paulo.
Só em 1670 padre Bernardo abriu processo pedindo ordenação sacerdotal, o que demorou um tanto, afinal havia suspeita de que fossem judeus (cristãos-novos). Portanto a estada dele como vigário encomendado deve ter sido de sete ou oito anos. Em 1680 ele se estabeleceu em Parnaíba, Para Itu veio o padre Phelippe de Campos, seu parente, o primeiro pároco de nossa matriz.
Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”