Origem da Solenidade de Corpus Christi (III)
Pe. Daniel Bevilacqua Santos Romano.
Vigário Paroquial – Paróquia Nossa Senhora da Candelária
Continuamos com o texto do papa Bento XVI sobre Santa Juliana.
Embora depois da morte de Urbano IV a celebração da festa do Corpus Christi tenha sido limitada a algumas regiões da França, da Alemanha, da Hungria e da Itália setentrional, foi ainda um Pontífice, João XXII, que em 1317 a restabeleceu para toda a Igreja. Dessa época em diante, a festa conheceu um desenvolvimento maravilhoso, e ainda agora é muito sentida pelo povo cristão.
Gostaria de afirmar com alegria que hoje, na Igreja, tem lugar uma «primavera eucarística»: quantas pessoas se detêm silenciosas diante do Tabernáculo, para manter um diálogo de amor com Jesus! É consolador saber que não poucos grupos de jovens redescobriram a beleza de rezar em adoração diante do Santíssimo Sacramento. Penso, por exemplo, na nossa adoração eucarística no Hyde Park, em Londres. Rezo a fim de que esta «primavera» eucarística se difunda cada vez mais em todas as paróquias, de modo particular na Bélgica, pátria de Santa Juliana. O Venerável João Paulo II, na Encíclica Ecclesia de Eucharistia, constatava que «em muitos lugares é dedicado amplo espaço à adoração do Santíssimo Sacramento, tornando-se fonte inesgotável de santidade. A devota participação dos fiéis na procissão eucarística da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo é uma graça do Senhor que anualmente enche de alegria quantos nela participam. E mais sinais positivos de fé e de amor eucarísticos se poderiam mencionar».
Santa Juliana de Cornillon, renovemos também nós a fé na presença real de Cristo na Eucaristia. Como nos ensina o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, «Jesus Cristo está presente na Eucaristia de um modo único e incomparável. De fato, está presente de modo verdadeiro, real e substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade. Nela está presente de modo sacramental, isto é, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo completo: Deus e homem».
Caros amigos, a fidelidade ao encontro com Cristo Eucarístico na Santa Missa dominical é essencial para o caminho de fé, mas procuremos também ir visitar frequentemente o Senhor presente no Tabernáculo! Contemplando em adoração a Hóstia consagrada, nós encontramos o dom do amor de Deus, encontramos a Paixão e a Cruz de Jesus, assim como a sua Ressurreição. Precisamente através do nosso olhar de adoração, o Senhor atrai-nos para Si, para dentro do seu mistério, em vista de nos transformar do mesmo modo como transforma o pão e o vinho. Os Santos sempre hauriram força, consolação e alegria do encontro eucarístico. Com as palavras do Hino Eucarístico Adoro-te Devote, repitamos diante do Senhor presente no Santíssimo Sacramento: «Fazei-me crer cada vez mais em Vós, que em Vós eu tenha esperança, que eu vos ame! ». Obrigado.
Assim concluímos o texto do papa Bento XVI sobre a origem da festa de Corpus Christi.
Queira Deus que todo católico valorize a Eucaristia não apenas nesta festa, uma vez ao ano, mas possa exaltar e louvar Cristo Eucarístico todos os dias ao participar da Santa Missa.