A missão é  nos ambientes
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por Diác. Tadeu Italiani

Ao falar de missão, na maioria das vezes, logo vem à mente a ideia de que missão é uma ação de evangelização distante de nós. Logo se pensa no continente africano, nas regiões norte e nordeste do Brasil, no território amazônico com os índios e os povos ribeirinhos, ou mesmo na renúncia do próprio país para evangelizar em outro. Mas com a Graça de Deus, essa mentalidade está mudando e uma nova conscientização sobre o tema missão, vem ganhando forma.
Aos poucos o cristão vai tomando consciência que a “terra de missão”, é o ambiente em que estamos inseridos, ou seja, dentro da nossa casa, nossa cidade, nosso trabalho, nos círculos de amigos, no trânsito, no clube e em todos os ambientes em que participamos, pois somos cristãos católicos e missionários. A 3º Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizado em Puebla, no México no ano de 1979, quando tratou os critérios teológicos da comunhão e participação dos leigos na vida da Igreja, afirmou que: “993. Impõe-se a colaboração de todos os membros da comunidade eclesial, cada qual de acordo com seu ministério e carisma, sem se esquivar de responsabilidades apostólicas e missionárias, para que, com a catequese, a Igreja edifique a Igreja. A Igreja é constantemente evangelizada e evangelizadora.”
A missão sempre foi uma constante na Igreja, tendo em vista o mandato apostólico de Jesus ““Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mat. 28,19-20) Perante este mandato, Cristo nos propõem uma dinâmica missionária,
Nossa missão como cristãos é, sem dúvidas, continuar o anúncio do Reino de Deus através da edificação da dignidade da pessoa humana, renovando os ambientes com os valores do Reino, formando assim uma comunidade renovada do Povo de Deus e construir uma sociedade mais justa e solidária.
Nossos bispos através dos documentos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e principalmente das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, vêm ao longo dos anos, nos apontando os desafios e o principais pilares que devem ser abordados para na ação evangelizadora missionária que estão embasados nos critérios do diálogo, testemunho e do serviço missionário à Palavra de Deus.
Neste mês de outubro, somos incentivados a olhar com uma elevada distinção para o serviço missionário de nossa Diocese, Paróquia, Movimento e Pastoral e entender o carisma missionário que há na essência de cada organismo eclesial, desta forma, como cristãos comprometidos, devemos nos conscientizar do mandato apostólico de Jesus (Mat. 28,19-20) e “sair” de nossa conservação para “ir” ao encontro dos pobres e dos que desconhecem os valores do Evangelho e o Reino de Deus. Precisamos assumir efetivamente a nossa primeira missão como batizados e confirmados com a Crisma, de ser missionários, “profetas do verbo ir”.
Nosso serviço missionário deve ser impulsionado pela Palavra de Deus e alimentados pela Eucaristia para que todos nós possamos anunciar a Boa Nova de Deus, testemunhando com nossas vidas, aquilo que proclamamos com os lábios. Se nos omitimos nosso chamado missionário, um dia seremos cobrados por não contribuir para edificação do Reino de Deus neste “moderno” mundo.
Rezemos neste mês de outubro para que a consciência missionária se aprofunde cada vez mais nas comunidades e assim possamos ter mais e mais missionários comprometidos com a vida e missão da Igreja, a final de contas, a Igreja é missão e nós somos suas testemunhas.