Mês da Bíblia: a liderança de Josué
Compartilhe

O livro de Josué, escolhido para ser o livro de estudo deste Mês da Bíblia, traz aspectos importantes sobre a liderança exercida por seu personagem principal, fundamental na conquista da Terra Prometida.

No livro, Josué é retratado como um líder ideal, modelo de quem é totalmente obediente a Deus e cumpridor das normas dadas por Deus. Ele está ligado às promessas dadas por Deus aos patriarcas e matriarcas (Gênesis), às orientações apresentadas por Moisés (Deuteronômio) e narra a entrada na Terra Prometida, após a libertação da escravidão no Egito e a longa travessia pelo deserto (Êxodo e Números). É também a porta de entrada dos livros que relatam a tomada de posse da terra (Josué e Juízes) e a sua perda com o exílio assírio e babilônico (1Samuel a 2Reis).

Para refletir sobre a liderança de Josué no meio do povo, é fundamental a atenção a três pontos: a relação prévia de Josué com Moisés; seu testemunho fiel, guiando o povo; e, por fim, sua postura, que favorece a conquista da Terra Prometida.

No primeiro aspecto, para entendermos a figura de Josué em relação à de Moisés, precisamos voltar ao final do Livro do Deuteronômio, quando se apresenta a missão de Josué de conduzir o povo na entrada da terra, ante a eminência da morte de Moisés (Dt 31,1-8). Nessa transferência de poder, duas coisas merecem ser ditas: a primeira é o fato de Moisés ser insubstituível (Dt 34,10-12) e a segunda é o fato de ser o próprio Deus que guia o povo na travessia do Jordão (Dt 31,3). Assim, se Moisés era servo de Javé, Josué desponta como auxiliar de Moisés, com a missão de colaborar com a realização da promessa já iniciada (Js 1,1-5), consciente de que não era ele quem a realizava.

O segundo elemento é a própria liderança de Josué. Afinal ele dá o exemplo de fidelidade a Deus (Js 24) e, mais que isso, ele ajuda Israel a ser fiel (Js 24,31). Em contraste com a fidelidade de Josué, temos a figura de Acã que, ao cometer um ato de infidelidade, coloca em risco a vida de toda a comunidade. O contraste entre os dois é significativo. Josué, embora fosse de uma tribo específica (Efraim), soube governar todos respeitando o bem comum. Acã, por outro lado, diante da beleza e da riqueza (Js 7,21), deixou-se seduzir e apoderou-se de algo que era consagrado ao Senhor (Js 7,1). Se Acã se mostra indigno, Josué parece ser digno da confiança dada a ele, de “substituir o insubstituível” (Js 1,1-5).

Por fim, é importante destacar a consequência de caminhar na fidelidade ao Senhor. A conquista da Terra Prometida tem lugar especial no Livro de Josué e é ele que ajuda o povo de Israel a compreender que, se por um lado, a terra é dom dado por Deus, por outro lado, exige compromisso. A conquista e permanência na terra dependem da fidelidade à Lei dada por Deus, e esse é o fruto da fidelidade que Josué testemunhou (Js 1,6-8).

(adaptado de textos de Ir. Zuleica Silvano fsp e Paulo Henrique Laurêncio dos Santos sj, disponíveis em https://paulinascursos.com/category/sab/dicas-biblicas/ )