Mês da Bíblia: conhecendo o livro de Josué

Para este Mês da Bíblia 2022, a Igreja no Brasil escolheu como texto de estudo o livro de Josué e o lema bíblico inspirador é “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (JS 1,9). Neste texto, vamos conhecer um pouco mais sobre esse livro.
O livro recebe o nome do seu personagem principal, Josué, que em hebraico significa “Deus salva”. Ele é filho de Num, o sucessor de Moisés, e será aquele que conduzirá o povo para entrar na Terra Prometida, com a responsabilidade de repartir a terra de Canaã entre as tribos de Israel.
O Livro de Josué não tem como finalidade oferecer dados históricos, no sentido de fatos realmente acontecidos, mas de propiciar uma chave hermenêutica para se ler a história do povo de Israel, e também a nossa. Essa chave de leitura parte do princípio de que Deus é fiel, concede a terra a todos, cumprindo, portanto, a promessa dada aos patriarcas e matriarcas, mas somente permanecerá nessa terra o povo que for fiel aos mandamentos e normas, dada por Ele.
Embora seja o protagonista, o livro não foi escrito por Josué, mas é fruto de um longo processo redacional, passando por vários períodos da história do povo de Israel. Esse processo provavelmente iniciou-se no século VII a.C. e foi revisado na época do exílio babilônico (século VI a.C) e no pós-exílio (século V a.C) pela chamada escola deuteronomista. Por isso, foi inserido na Obra Histórica Deuteronomista, que é composta pelos livros do Deuteronômio, Juízes, Primeiros e Segundos Livros de Samuel e dos Reis.
A escola deuteronomista faz uma revisão de todo o passado do povo de Israel, com a saída do Egito, e tem a finalidade de mostrar a posse da Terra Prometida, sob a liderança de Josué, com ênfase na conquista e na divisão da Terra por um povo unido, que vence as batalhas porque confia em seu Deus.
A estrutura do livro de Josué
No Livro de Josué, observamos três partes distintas. Na primeira, temos a conquista de Canaã (Js 1,1-12,24). Na segunda seção, temos a repartição de Canaã entre as tribos (Js 13,1–22,34). Na terceira parte, temos o pacto em Siquém (23,1–24,33), com um longo discurso de despedida de Josué, no qual exorta sobre a contaminação idolátrica e propõe a renovação da Aliança com o Senhor, Deus de Israel. Conclui-se com a morte de Josué.
O Livro de Josué mostra-nos que o Povo de Deus, ao entrar em sua nova terra, após a libertação do Egito e os quarenta anos de duro peregrinar pelo deserto, celebra a Páscoa. Com esse rito, o Povo de Deus recordava a primeira Páscoa no Egito, manifestando ao Senhor o seu reconhecimento por todas as maravilhas operadas em seu favor.
(adaptado de textos de Ir. Zuleica Silvano fsp e Marina Pascual Pizoni, disponíveis em https://paulinascursos.com/category/sab/dicas-biblicas/ )


