19º Domingo do Tempo Comum – Leituras Iniciais
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

 

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia

 

1ª Leitura (Sabedoria 18,6-9)

Em muitas de nossas cidades há monumentos que lembram acontecimentos marcantes da nossa história nacional. O passado é lembrado, sobretudo, por um motivo: para infundir confiança àqueles que estão vivendo no presente.

Israel é um povo que gosta de lembrar. Em todos os períodos difíceis, quando se sentiu explorado e oprimido, meditou sobre o seu passado e se deu conta de que Deus o tinha protegido sempre, que o tinha libertado das escravidões. Lembra, sobretudo, os prodígios do Êxodo.  A leitura de hoje narra que o próprio Senhor os guiava por caminhos desconhecidos (cap.18 vers.3). Eis porque decidiram se reunir todos os anos para celebrar, na noite da Páscoa, estes acontecimentos gloriosos.

Nós cristãos temos também um acontecimento que comemoramos todos os domingos. Nós o celebramos e o tornamos presente novamente porque nele Deus manifestou todo o seu amor e toda a sua fidelidade. Dando-nos o seu próprio filho, ele nos revelou como é grande o seu amor. Ressuscitando-o, ele nos garantiu que também a história de cada um de nós, embora marcada por tantos acontecimentos absurdos e dramáticos, terminará gloriosamente.

  2ª Leitura (Hebreus 11,1-2.8-19)

Quarenta anos depois da morte de Jesus, Jerusalém e seu maravilhoso templo são destruídos. Muitos judeus fogem e se dispersam pelo mundo. Longe da própria terra, alguns deles abraçam a fé cristã, mas se sentem desanimados. Por que – se perguntam – o nosso povo foi golpeado por tantas calamidades? Por que foram vítimas de tantas catástrofes? Por que tantas injustiças e tantas desgraças? Por que os nossos próprios irmãos, os filhos do nosso povo nos condenam e nos perseguem? A estes hebreus que enfrentam estas dificuldades é destinada esta carta.

O capítulo 11 começa dizendo que “a fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito daquilo que não se vê” (vers.1). Continua lembrando o exemplo de dois dos mais importantes personagens da Bíblia famosos pela sua fé: Abraão e Sara.

 Quando é chamado por Deus, Abraão tem 75 anos (Gênesis 12,4), tem fé nas promessas de Deus e faz aquilo que lhe é solicitado: parte para uma terra desconhecida (vers.8-10). Sara também, contra todas as evidências humanas, acreditou que poderia ter um filho. Ambos   acreditaram que Deus seria fiel e lhes daria uma posteridade numerosa “como as estrelas do céu e como as areias do mar”. Só viram, porém, um pequeno sinal da realização das promessas: um único filho e uma terra vista só de longe.

Nós também esperamos com ansiedade as promessas de libertação e de paz anunciadas por Jesus, mas na terra inteira, na nossa pátria, nas nossas cidades e até nas nossas comunidades cristãs continuam as lutas, as traições, as infidelidades, a corrupção. Como fizeram Abraão e Sara, demo-nos por satisfeitos por ver, de vez em quando, algum sinal daquela salvação plena que com certeza virá.