17º Domingo do Tempo Comum – Leituras iniciais
por Nilo Pereira
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia.
1ª Leitura (Gênesis 18,20-32)
Conta-se que em Jerusalém, um turista que devia voltar para sua terra, precisava de uma mala, foi para a cidade velha e entrando numa loja de um comerciante árabe encontrou uma que o agradou e perguntou o preço. Cento e vinte dólares, respondeu o comerciante.
Abrindo a carteira, verificou que só tinha seis dólares. “É o que tenho no bolso”, disse-lhe. O comerciante sorriu, convidou-o para entrar para sentar-se, ofereceu-lhe chá e começaram a falar da família, do tempo, das viagens do turista e, de vez em quando, voltavam ao assunto da mala. Resumindo: depois de uma hora e meia de conversa agradável, combinaram o preço em quinze dólares. Estavam ambos satisfeitos. Um porque tinha ganhado alguns dólares a mais e o outro por ter comprado a um bom preço, a mala que lhe tinha agradado. Assim se acertam os negócios, assim se fala entre amigos no Oriente Médio.
A leitura de hoje mostra que Deus aprecia falar desse modo conosco. Abraão, que tinha um sobrinho morando na cidade de Sodoma, fica preocupado e começa a interceder para que a cidade seja poupada por causa dos justos que moram nela. Dirige-se a Deus e fala de amigo para amigo, a sua oração não é um “blá-blá-blá” de palavras repetidas distraidamente; “é um diálogo” espontâneo e sincero. Reduz o “preço” como fez o turista com a mala: abaixa de 50 para 45 e vendo que o Senhor concorda, cria coragem e diminui com firmeza, não de 5 em 5 mas de 10 em 10.
É assim que nós nos dirigimos a Deus? É assim que lhe abrimos o coração? Se apreciamos a sua palavra, se cada dia meditamos o seu Evangelho, ele, enquanto rezamos, nos responde enviando-nos a sua luz, indicando-nos o caminho a seguir, as escolhas a serem feitas, fazendo-nos sentir sua proximidade e sua compreensão, comunicando-nos a sua força.
2ª Leitura (Colossenses 2,12-14)
Se nos arquivos de um juiz houvesse algum documento que prove as nossas transgressões contra as leis do Estado, nós não ficaríamos sossegados porque sabemos que um dia esse documento poderia ser usado para a nossa condenação. Contra nós – diz-nos Paulo – havia no céu um livro no qual estavam registradas todas as nossas “dívidas” que eram, em verdade, muito elevadas.
O que fez Jesus? Pegou esse livro, picou-o em mil pedacinhos e pregou-os na cruz. Por isso nós não devemos temer mais nada (vers.14). No Batismo, a nossa antiga vida e os nossos pecados foram destruídos e agora, ressuscitados por Cristo, vivemos uma vida totalmente nova.