Comissão de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB realiza encontro de formação de multiplicadores no Pará
Para fortalecer a rede de enfrentamento ao tráfico humano na região norte do país, a Comissão Episcopal Pastoral de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou entre os dias 27 e 29 de maio um encontro de formação para multiplicadores no Pará.
Aproximadamente trinta representantes das dioceses e prelazias se reuniram na sede da CNBB em Belém para debater e partilhar conhecimentos das diversas violações que envolvem o trabalho análogo à escravidão, exploração sexual, tráfico de órgãos e adoção ilegal. Com objetivo de atualizar as identificações e elementos que geram o tráfico de pessoas na região, os participantes realizaram encaminhamentos concretos para dar continuidade nas comunidades locais.
A representante da organização “Só Direitos” de Belém (PA), Ana Paula Portilho, contribuiu na assessoria sobre as estruturas que geram o tráfico de pessoas; A religiosa irmã Marie Henriqueta, e o assistente social e integrante da coordenação Comissão Pastoral da Terra (CPT), Francisco Alan dos Santos, abordaram os desafios e as expectativas no papel da sociedade e do Estado para combater os crimes de tráfico humano.
O bispo da prelazia de Marajó (PA) e presidente da Comissão Especial Episcopal Pastoral para ao Tráfico Humano, dom Evaristo Spengler, no último dia do encontro, expôs sobre o papel da Igreja e as ações de combate propostas pelo Papa Francisco através de uma economia justa que se relaciona com a natureza, a casa comum, enfatizando o documento Sínodo para a Amazônia.
O prelado defende que o trabalho de enfrentamento ao tráfico seja assumido como uma ação permanente por toda a Igreja e que não se terceirize esta tarefa. Ele apontou o desafio de envolver todas as comunidades, pastorais e organismos nesta tarefa.
“A nossa fé não pode ser morta, precisa ser ativa e temos que ter compaixão com o nosso próximo que está fragilizado, como nos pede tanto o Papa Francisco nesse momento”, disse dom Evaristo reforçando que a formação dos agentes de pastorais como multiplicadores é um dos caminhos da prevenção ao tráfico humano nas comunidades.
Para Francisco Alan dos Santos, o encontro superou as expectativas e a participação de Agentes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) foi muito importante. Outro ponto, destacado pelo assistente social, foram foram os encaminhamentos da criação de uma Comissão Regional para dinamizar ações e propostas para a formação de multiplicadores nas comunidades.
“A importância desse seminário é que a gente também possa levar para essas regiões sobretudo no campo brasileiro, informações através das diversas ações de prevenção e de mobilização das comunidades e envolver as lideranças dessas comunidades para que elas também fiquem vigilantes à essas redes de aliciamento para que adultos, crianças e jovens, não caiam nesse sistema de exploração do tráfico de pessoas”, reforça o representante da CPT.