32º Domingo do  Tempo Comum
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Diácono Bartolomeu de Almeida Lopes
Paróquia São Judas Tadeu

“Tomai cuidado com os doutores da Lei!”

Evangelho (Mc 12,38-44)

As duas leituras de hoje, a primeira e a terceira tem um só protagonista; “uma viúva”, isto é, aquela que na sociedade antiga, toda apoiada sobre os homens, é a pessoa mais exposta e mais desprovida de prestigio e de recursos; primeira viúva, o livro de reis nos diz que um dia se apresentou o profeta ELIAS e pediu alguma coisa para comer e beber ela não tinha em casa se não um punhado de farinha, a qual havia pensado fazer uma papa, cozinha-la para e o filho e depois esperar a morte, já que não tinha mais que comer.
Da viúva da evangélica, aprendemos que, despercebida, passar diante de esmolas do templo e lá deixa duas moedinhas, isso é, como diz JESUS, tudo aquilo que tem. São duas cenas de uma simplicidade extrema, mas cheias de significado religioso e espiritual; vemos que nasce um confronto entre a viúva do Antigo Testamento e a do novo testamento; o acontecido do Antigo testamento é um episódio de final feliz; quando aquela mulher decide privar-se daquilo que tinha para dar ao profeta “ELIAS”, acontece o milagre: a farinha não diminuiu na panela nem o óleo na ânfora, até que todos estejam saciados.
Naquele caso, Deus retribui de imediato a confiança nele, realizou-se aquilo que se canta o salmo responsorial: “O Senhor dá pão aos famintos; Ele ampara o órfão e a viúva”.
Em Sarepta a região da primeira viúva, e no templo, a segunda viúva, antecipa a Páscoa de Jesus Cristo, na cruz, Jesus ofereceu-se inteiro para o perdão dos pecados e para a salvação do mundo; não se trata de gesto exterior, do cumprimento de uma norma, mas da vida doada, do sangue derramado, do cumprimento de amor como a única lei, algo se pensar e meditar bastante a primeira viúva, pega toda sua provisão de alimento, e divide com o profeta; a segunda viúva doa suas ultimas moedas; a FÉ das duas se consuma, na obscuridade entre elas e DEUS.
Isso nos oferece uma consideração importante; o Evangelho exige de nós uma FÉ, em Deus e uma esperança mais refinada mais exigente que as do Antigo Testamento; a recompensa não é aqui na terra; com alguma coisa material, ou aplicação e outros; mas sim em nossa fé em Deus, no reino de Deus, ou seja, em alegria, amor, e paz de espírito. (Cf. Rm 14,17; Gl 5,22).
Por isso é que sentimos tão próximo do Evangelho e da bem – aventurança dos pobres de espírito, cantada no salmo responsorial, essa viúva que, na sua pobreza, da tudo aquilo que tem, sem fazer saber ao seu redor que dando “mais do que todos” sem preocupar com saber que pelo menos alguém teria notado seu sacrifício; Ela não sábia mas nós sim; não sabemos que havia um, naquela dia, que sem ser visto, viu tudo e éra nada menos que o próprio FILHO DE DEUS; dado que a julgar pela narrativa – se trata de um episódio real, não de uma parábola podemos estar certos de que estes dois, Jesus e a viúva, voltaram a se encontrar no reino do Pai, e ali a viúva recebeu, sem duvida o prêmio da vida eterna.
A aclamação ao Evangelho evocou exatamente esse momento: “Vinde, benditos de Meu Pai, recebei o reino preparado para vós!” algumas palavras de Jesus, ou um conselho, “Quando deres esmola, nem sequer tua mão esquerda saiba o que a direita está fazendo, porque assim teu Pai, que vê tudo um segredo, poderá recompensar te; quando orarder, recolhe-te, fecha a porta do teu quarto atrás atras de ti”.