28º Domingo do Tempo Comum
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais do 28º Domingo do Tempo Comum

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia

1ª Leitura (Sabedoria 7,7-11)
Conhecemos a história de Aladim e sua lâmpada maravilhosa: qualquer desejo manifestado diante dela se realizava imediatamente.
Narra a Bíblia que Salomão teve essa ventura. Certo dia subiu a montanha de Gabaon para oferecer sacrifícios e teve um sonho: podia pedir o que desejasse e lhe seria concedido.
Teria podido pedir ouro, saúde, poder, força. Mas, em vez disso, ele disse a Deus: “Eu não passo de um adolescente, não sei como governar um povo tão numeroso. Concedei pois ao vosso servo ó Senhor, a sabedoria capaz de discernir entre o bem e o mal” (1Reis 3,4-15).
A leitura de hoje é uma reflexão sobre essa escolha feita por Salomão. Ele se comportou com sabedoria: preferiu a Sabedoria de Deus a qualquer outro bem. Todos os tesouros, a beleza física e a própria saúde, em comparação com a sabedoria, são como nada, só lama, areia (vers.7-10).
Mas, para escolher a sabedoria é preciso renunciar a todas as coisas maravilhosas da vida? A última parte da leitura responde a essa pergunta (vers.11): junto com ela são também concedidos todos os outros bens. A sabedoria não é incompatível com as alegrias e os prazeres da vida, mas é a sua própria origem.
Nós nos deparamos continuamente com a necessidade de escolher entre a Sabedoria de Deus e a dos homens. Quem cultiva a sabedoria, quem tende a dar o justo valor às coisas, quem faz as escolhas conforme o projeto de Deus nada perde, aproveita tudo, encontra a verdadeira felicidade.

2ª Leitura (Hebreus 4,12-13)
A leitura do dia ensina-nos que a Palavra de Deus é muito diferente de certas divagações ocas. Essa Palavra tem cinco características: antes de tudo é “viva, eficaz”. A partir do momento em que saiu da boca do Senhor, produz sempre resultados porque possui dentro de si a vida e a força de Deus. O profeta Isaías a compara à chuva que não cai em vão: não volta para cima sem ter fecundado a terra e produzido frutos (Isaias 55,10-11).
Por que as nossas comunidades são sempre as mesmas? Por que continuam os mesmos descontentamentos, as mesmas discórdias, as mesmas fofocas? Por que não muda para melhor o ambiente das nossas famílias? Será talvez porque a Palavra de Deus que é anunciada não é nem viva nem eficaz para quem a anuncia e os que a ouvem?
A Palavra de Deus, além disso, é “cortante, penetrante” mais do que uma espada afiada, rija, inflexível que penetra até o âmago de quem a escuta. Não é uma pluma que acaricia as orelhas.
Por fim, é também “juiz” de todas as nossas ações. A palavra que nos deixa tranquilos e sossegados, que não nos perturba, que permite mantermos intactos todos os nossos hábitos, que não transforma a vida da comunidade, esta, com certeza não é a Palavra de Deus, é pura conversa.