17º Domingo do Tempo Comum
Diác. Edson Moura
Capelania militar – Igreja São Luís Gonzaga – Quartel de Itu
“Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
Evangelho (Jo 6,1-15)
Queridos irmãos e irmãs, estamos vivendo o ano B dedicado ao Evangelho de São Marcos, mas a Igreja dá uma parada e nos propõe durante cinco domingos a partir deste 17º domingo do tempo comum, o Evangelho de São João, capítulo 6, todo ele dedicado ao discurso de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre o pão da vida.
Neste 17º domingo iniciamos com a multiplicação dos pães que alimentou mais de cinco mil pessoas e as sobras recolhidas foram de doze cestos. Jesus começa a sua pregação multiplicando os pães e durante este percurso vai apresenta-se como pão vivo descido do céu, que veremos nos próximos domingos do tempo comum. Todos os evangelhos sinóticos (Marcos, Mateus e Lucas) narram a instituição da Eucaristia com as palavras de Jesus: “Tomai todos e comei, Tomai todos e bebei”, e cremos na força da palavra de Nosso Senhor, mas São João dedica um capitulo inteiro e longo em que mostra Jesus como nossa Eucaristia, o pão vivo descido dos céus, entre todos os milagres de Jesus, nenhum é narrado tantas vezes nos evangelhos como a multiplicação dos pães (6 vezes), isto já seria o suficiente para a importância desta mensagem, como foi para a Igreja no tempo dos Apóstolos e é para nós hoje.
De fato poderíamos dizer que hoje (17º domingo) começamos a falar desta multiplicação dos pães e tudo é fechado com as Palavras de Jesus “Eu sou o pão vivo descido do céu, quem come deste pão viverá eternamente” no decorrer dos próximos domingos.
A pedagogia de São João Evangelista é clara, mostra à sua comunidade que Jesus não é qualquer homem, e sim o Homem Deus que veio até nós para ser alimento para a eternidade, existe um paralelismo da multiplicação dos pães e os acontecimentos do livro do Êxodo, do Antigo Testamento, pois narra o evangelho de hoje que Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, uma grande multidão o seguia, estava próxima a Páscoa dos Judeus, e o povo já alimentado diz ser Jesus o verdadeiro profeta que deveria vir ao mundo. São João deixa evidente ser Jesus o novo Moisés, pois Jesus dá um novo êxodo para a humanidade, a passagem da escravidão do pecado para a liberdade de Filhos de Deus.
A meta de Moisés era a terra prometida a de Jesus é mostrar e indicar o Reino dos céus.
A cada Santa Missa celebramos esse mistério de amor por nós, pois sobre as aparências do pão e do vinho Jesus se dá de forma sacramental, se nós temos que saber o valor deste sacrifício de amor por nós, a fim de, devolver este amor gratuitamente a Nosso Senhor e nosso Deus, pois Ele mesmo diz “O pão que Eu hei de dar é minha própria carne”, para a salvação do mundo.