12º Domingo do Tempo Comum
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Leituras iniciais do 12º Domingo do Tempo Comum

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia

1ª Leitura (Jó 38,1.8-11)
No livro de Jó, encontramos dois memoráveis e sublimes capítulos nos quais Deus descreve a sua criação.
Neles ele conta, e é o trecho do qual faz parte a nossa leitura, como ele venceu o mar: colocou-o no seu lugar, fixou seus limites, fechou as portas de modo que não pudesse mais sair para promover desordens, privou-o de toda sua força negativa, imobilizou-o cobrindo-o de nuvens como se fosse uma roupagem, envolveu-o como se fosse uma criança, com faixas espessas (ver.9) e, em seguida ordenou-lhe: “Chegarás até aqui e não irás mais longe. Aqui se deterá o orgulho das tuas ondas (vers.11).
Imagens sugestivas, fruto da mente e do coração de um grande poeta. Transmitem uma ideia perfeita do total e absoluto domínio de Deus sobre tudo aquilo que possa ameaçar a ordem da criação e a vida dos homens.
Essa leitura nos prepara para entender o Evangelho de hoje, no qual se descreve o espanto dos discípulos diante de Jesus que “domina até as ondas do mar e estas lhe obedecem” (Mc 4,41). Além disso, o trecho nos apresenta pontos de meditação sobre a nossa vida hoje.
Se analisarmos tudo o que acontece no mundo, na nossa pátria, na nossa família, temos às vezes, a impressão de estarmos diante de uma grande desordem, de um caos assustador. Os poderosos, os espertos, os malvados dominam; por todos os lados praticam-se injustiças, acontecem desgraças, as doenças se alastram, pessoas inocentes são vítimas de sofrimentos.
Parece que “as ondas impetuosas do mar” estão novamente invadindo a terra e que o caos que existia antes da criação está de volta. Diante dessa realidade, nós também como Jó, sentimos a necessidade de dirigir nossas queixas a Deus e de pedir-Lhe explicações sobre o modo como Ele governa o mundo.
Ele não responde às nossas perguntas. Ao invés de explicar e justificar o seu modo de agir, Ele simplesmente nos pede uma confiança plena no seu amor. Quer que, não obstante todas as aparências contrárias, acreditemos que Ele está conduzindo os acontecimentos da história e da vida de todos os homens.

2ª Leitura (2Coríntios 5,14-17)
A ideia central dessa passagem é que Cristo foi capaz de morrer por todos. O seu gesto – ensina Paulo – deve impelir a todos para segui-lo pelo mesmo caminho da generosidade total em favor dos irmãos.
Linda também é a última frase: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. Passou o que era velho, eis que tudo fez-se novo”. É um apelo ao otimismo, a não olharmos para trás, para os nossos pecados, para os nossos fracassos, para o nosso passado.
Quando aparece o novo, não adianta deixar-se tomar pela angústia por causa dos erros cometidos por nós ou pelos outros. É preciso olhar para frente e deixar-se conduzir pela esperança.