11º Domingo do  Tempo Comum
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Diác.Ézio Benedito Ribeiro
Paróquia Senhor do Horto e São Lázaro

“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra.”

Evangelho (Mc 4,26-34)

O evangelho deste décimo primeiro domingo do tempo comum apresenta-nos precisamente duas das mais conhecidas parábolas de Jesus. A primeira parábola é a do grão que germina e cresce por si só.
A parábola refere a intervenção do agricultor apenas no ato de semear e no ato de ceifar. Não faz, qualquer menção às demais ações do agricultor: arar a terra, regar a semente, tirar as ervas que a impedem de crescer… Ao narrador interessa apenas que, entre a sementeira e a colheita, a semente vá crescendo e amadurecendo, sem que o homem intervenha para impedir ou acelerar o processo.
O resultado final não depende dos esforços e da habilidade do homem, mas sim do dinamismo da semente que foi lançada à terra. Desta forma, o narrador ensina que o Reino de Deus (a semente) é uma iniciativa divina: é Deus quem atua no silêncio da noite, no tumulto do dia ou na turbulência da História para que o Reino aconteça; e nenhum obstáculo poderá frustrar o seu plano.
A parábola é dirigida contra aqueles que pretendiam forçar a vinda do Reino: os zelotas que queriam instaurar o Reino através da violência das armas, e os fariseus que pretendiam forçar o aparecimento do Reino com a obediência a uma disciplina legal. Não adianta forçar o tempo ou os resultados: é Deus que dirige a marcha da História e que fará com que o Reino aconteça, de acordo com o seu tempo e o seu projeto. A parábola convida à serenidade e à confiança nesse Deus que não dorme e que não deixará de realizar, a seu tempo e de acordo com a sua lógica, o seu plano para os homens e para o mundo. A segunda parábola é a do grão de mostarda.
O contraste entre a pequenez da semente da mostarda e a grandeza da árvore (que nas margens do lago da Galileia alcançava uma altura de 2 a 4 metros). A comparação serve para dizer que a semente do Reino lançada pelo anúncio de Jesus pode parecer uma realidade pequena e insignificante, mas está destinada a atingir todos os cantos do mundo, atingindo todas as pessoas, em cada povo, em cada sociedade, em cada cultura.
O Reino de Deus, ainda que tenha início modesto/pequeno aos olhos do mundo, tem uma força irresistível, pois encerra em si o dinamismo de Deus. Deus serve-Se de algo que é pequeno e insignificante aos olhos do mundo para concretizar os seus projetos de salvação e de graça em favor dos homens. A parábola é um convite à esperança, à confiança e à paciência. Nos fatos aparentemente irrelevantes, na simplicidade e normalidade de cada dia, na insignificância dos meios, esconde-se o dinamismo de Deus que atua na História e que oferece aos homens caminhos de salvação e de Vida plena.
Deus abençoe a todos!