9º Domingo do Tempo Comum
Leituras iniciais do 9º Domingo do Tempo Comum
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia
1ª Leitura (Deuteronômio 5,12-15)
Os gregos e os romanos tinham numerosas festas distribuídas ao longo do ano, mas não tinham um dia de descanso semanal. Os povos do Oriente Médio, ao contrário, começaram desde tempos muito remotos, a dividir os meses em semanas, em correspondência às fases da lua, considerando como sagrado o sétimo dia.
Israel também adotou logo esse costume dos povos vizinhos e estabeleceu que o sábado devia ser “santificado”, isto é, subtraído das atividades profanas e reservado ao Senhor.
Alguns rabinos ensinavam que só esta lei era mais importante do que todos os demais mandamentos do seu conjunto.
A leitura de hoje nos mostra aquele que, provavelmente foi o verdadeiro motivo do porquê de ter sido instituído o descanso rigoroso e obrigatório do “sétimo dia”.
Aproximadamente oitocentos anos antes de Cristo aconteceu em Israel uma convulsão social e econômica muito importante: uma doença grave ou a morte do chefe de família obrigava a mulher e os filhos a vender as propriedades e a passar a trabalhar para os novos donos da terra, homens ricos que, contrariando a lei de Deus que proibia comprar ou vender terras, aproveitavam-se da situação e acumulavam em suas mãos grandes latifúndios.
Eis que surge então, a lei do descanso no dia de sábado, protegendo as pessoas exploradas e os mais fracos. No versículo 15 Deus lembra ao povo da sua condição de escravo no Egito.
E nós? De que forma “santificamos” o nosso “sétimo dia”? Conseguimos, pelo menos no dia do Senhor, elevar nossos olhares acima dos horizontes terrenos e pensar um pouco mais em Deus? Dedicamos um pouco mais de tempo aos irmãos, à esposa, aos filhos?
2ª Leitura (2Coríntios 4,6-11)
No trecho da segunda carta aos cristãos de Corinto (na Grécia), Paulo continua respondendo àqueles cristãos que o acusam de nem sequer ser Apóstolo.
Na sua resposta, inicialmente Paulo dirige uma advertência grave aos seus opositores, afirmando que muitos conseguem atrair para si um número considerável de discípulos porque falsificam a mensagem de Cristo “omitindo” as exigências mais difíceis (vers.1-5). De sua parte recusa-se a servir-se desses “truques” mesquinhos: não concorda em mentir.
Paulo sente-se como um vaso de terracota (vers.7): sabe de sua fraqueza, conhece sus falhas e limitações humanas, mas sabe que Deus entregou em suas mãos um grande tesouro e o enviou para transmitir a todos a riqueza do Evangelho.
Deus age sempre assim quando escolhe os seus instrumentos de salvação. Quer evitar que os homens, deslumbrados diante do “esplendor do vaso”, sintam-se tentados a negligenciar o seu conteúdo.
Quais os fatores que determinam o fracasso apostólico nas nossas comunidades? Por que muitas pessoas deixam de acolher a mensagem do Evangelho? O que acontece quando os cristãos se esquecem que são meros “vasos de barro” (vers.7) e começam a inflar-se de orgulho, julgando-se recipientes sem qualquer defeito?