3º Domindo da Páscoa
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais do Terceiro Domingo da Páscoa

1ª Leitura (At 3,13-15.17-19)
Depois de ter curado um coxo que pedia esmola na porta do Templo chamada “Formosa”, Pedro pronuncia um discurso do qual é extraída a leitura de hoje. Em que sentido a cura de um coxo prova que Cristo ressuscitou? Talvez porque se trata de um milagre extraordinário que ninguém consegue fazer?
Se fosse assim, nós que não estamos em condições de realizar tais prodígios, não poderíamos ser testemunhas da ressurreição. Nos seus discursos, Pedro repete continuamente, como se fosse um refrão: “Nós somos testemunhas” (vers.15). Ele e os outros apóstolos sentem-se testemunhas da ressurreição porque as obras que realizam provam, de forma inquestionável, que Cristo está vivo.
O que fazia Jesus quando estava neste mundo? Pregava o Evangelho, e agia em favor dos homens. Ensinava o caminho da vida e curava os doentes, dava de comer a quem estava com fome, recuperava o que estava perdido. Nós também podemos ser testemunhas de que Cristo está vivo: é suficiente que lhe permitamos cumprir, por nosso intermédio, as suas obras de salvação.
Um segundo elemento importante no discurso de Pedro são os títulos que atribui a Jesus: “Servo fiel de Deus, santo, justo, guia para a vida” (vers.13-15). Não se trata apenas de títulos honoríficos. São nomes com os quais os primeiros cristãos sintetizavam sua fé no Ressuscitado.
Um terceiro destaque a ser feito neste discurso são os pontos contrastantes, dramáticos: morte e vida, obras dos homens e obras de Deus. De um lado são apresentadas as ações dos homens: eles matam “o autor da vida” e, em lugar dele, preferem um assassino (Barrabás). De outro lado aparece a intervenção de Deus: Ele ressuscita e comunica a vida.
A última parte da leitura (vers.17-19) é um convite à conversão. O erro, o pecado (que Pedro atribui à ignorância) nunca terão a vitória final na vida do homem.

2ª Leitura (1Jo 2,1-5)
A boa notícia com a qual começa a leitura de hoje é que, embora sinceramente devêssemos nos reconhecer pecadores, sempre continuamos alimentando a nossa esperança com a certeza de que, ao nosso lado, está sempre presente Jesus Cristo, o Justo (vers.1). A salvação, além disso, não é exclusiva do pequeno grupo dos cristãos, mas destina-se aos homens do mundo inteiro (vers.2).
A segunda parte da leitura (vers.3-5) é dirigida àqueles que afirmam ter conhecido Deus, mas depois, não observam os seus mandamentos. A fé em Deus, afirma João, deve se manifestar na vida prática: somente “aquele que observa a sua palavra tem em si, com perfeição, o amor de Deus” (vers.4).
Para podermos nos sentir membros da nossa comunidade cristã, não basta que unidos, todos professemos as mesmas verdades da fé. Se, como comunidade, não dermos um testemunho de uma vida em conformidade com o Evangelho, seremos nós também – como nos diz a leitura de hoje – mentirosos (vers.4).