3º Domingo do Tempo Comum
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Leituras iniciais do Terceiro Domingo do Tempo Comum
 
1ª Leitura (Jonas 3,1-5.10)
A história de Jonas foi escrita aproximadamente quatrocentos e cinqüenta anos antes de Cristo, na época difícil da reconstrução nacional, depois da volta dos exilados da Babilônia. É fácil imaginar o rancor que estes cultivam no próprio coração contra aquelas nações que, durante tantos anos, os mantiveram como escravos.
O autor do livro de Jonas sabe que, se continuarem cultivando sua animosidade em relação aos estrangeiros, acabarão se tornando fanáticos intolerantes. Há uma única maneira – pensam eles – de convencer a Deus para intervir o mais depressa possível contra esses inimigos arrogantes e zombeteiros: fazer com que se tornem sempre mais malvados.
Jonas representa os israelitas que nem sequer querem ouvir falar da conversão dos pagãos. Querem apenas que sejam castigados e acabou-se. Quando é chamado pelo Senhor, o profeta não responde uma palavra, e ao invés de tomar um navio que se dirige para o oriente, viaja para o ocidente, rumo a Társis. Prefere morrer a renunciar às suas esperanças de vingança.
Diante da teimosia do enviado, Deus desencadeia uma grande tempestade. Jonas é jogado ao mar, um enorme peixe o engole e o reconduz à praia. Estando ali, é-lhe dirigido o convite do Senhor: “Levanta-te, vai para Nínive, a grande cidade e anuncia aos seus habitantes aquilo que eu te disser” (vers. 2). Contrariado, de cabeça baixa, dessa vez ele tem mesmo que ir e, contra qualquer previsão, os ninivitas acreditam em suas ameaças e convertem-se.
É difícil renunciar ao prazer de ver sofrer aqueles que nos oprimiram e humilharam. Este sentimento, porém, não é cristão. Na leitura de hoje Deus ensina que não existem inimigos a ser derrotados, mas irmãos que devem ser convertidos a ajudados para conseguir a felicidade.
Essa história não tem nada a ensinar aos cristãos dos nossos dias? 
 
2ª Leitura (1Coríntios 7,29-31)
A mensagem que nos é transmitida nesta leitura parece um chamado urgente ao desprezo dos bens materiais. Não é isso, porém, que Paulo pretende recomendar. Ele quer que os cristãos saibam atribuir o justo valor às realidades terrestres; são importantes, é verdade, mas não são eternas.
Essa é a razão pela qual devemos estar dispostos também a renúncias corajosas por amor aos irmãos. Não é por desprezo ao matrimônio que alguém não se casa; não é por falta de uma equilibrada apreciação dos bens materiais que alguém renuncia a riquezas e a comodidades da vida. O que impele alguém para essas escolhas corajosas é a convicção de que o amor fraterno vale mais do que todos os bens materiais. As realidades terrenas passam, só o amor permanece para sempre. 
Se alguém, para melhor servir aos irmãos, renuncia ao matrimônio, cumpre um gesto digno de louvor; não se une a ninguém para estar disponível ao amor e ao serviço em favor dos necessitados, dá testemunho a todos, desta forma, de que a condição das pessoas casadas não é definitiva e eterna.