3º Domingo do Tempo Comum
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“Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”.

por Diác. Estêvão Scalet
Paróquia Nossa Senhora
da Candelária 

Neste 3º domingo do tempo comum vemos Jesus pregando e dizendo as seguintes palavras: “cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” Que “tempo” é esse que “se aproximou” dos homens e que está para começar? É o “tempo” do “Reino de Deus”.
Jesus, o Cristo o Messias veio para estabelecer um tempo de paz, de justiça, de abundância, de felicidade sem fim – isto é, o tempo do “reinado de Deus”.
Jesus começa, precisamente a construção desse “Reino” pedindo aos seus conterrâneos a conversão e o acolhimento da Boa Nova.
“Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos, assumir uma nova atitude, reformular os valores que orientam a própria vida, de modo a que Deus passe a estar no centro da existência da pessoa e ocupe sempre o primeiro lugar.
Depois disso Jesus nos apresenta os primeiros discípulos: Simão Pedro e André, Tiago e João, os primeiros a responder positivamente ao desafio do Reino.
Podemos ver que o chamamento é uma iniciativa apenas de Jesus. Não são os discípulos que o escolhem a Ele, mas é Ele que se dirige aos discípulos e que os convida a segui-LO.
É uma iniciativa soberana de Jesus, que faz pensar na maneira como o próprio Deus chamava os seus profetas. Depois vemos que o chamado de Jesus é dirigido a simples pescadores do mar da Galileia e não a pessoas com nomes importantes ou com qualificações excecionais. É com pessoas assim – simples, comuns, “normais” – que Jesus conta para construir o Reino de Deus.
Por fim reparemos que o chamamento de Jesus é imperativo e decisivo: Ele “passa” e chama, sem dar explicações, sem dar garantias e sem sequer ficar olhando para trás para ver se aqueles homens aceitaram ou não o desafio. Tudo isso sugere a gravidade do compromisso a que os discípulos são chamados. O lugar do discípulo é seguir o seu Mestre e Senhor, percorrer o caminho que Ele vai traçando. Estamos bem distantes dos discípulos dos rabis judaicos da época, que se limitavam a frequentar as aulas do seu mestre para aprender e depois repetir uma determinada doutrina.
Os discípulos de Jesus devem ir atrás dele, aderir à sua pessoa, fazer com Ele uma experiência de vida, caminhar com Ele até ao fim – até à cruz, até ao dom da vida. Podemos ver que a resposta ao chamado é imediata, total e incondicional. Pedro, André, Tiago e João não pedem tempo para pôr em ordem os negócios pendentes ou para se despedir da família: limitam-se a deixar toda a sua vida em suspenso e a ir atrás de Jesus. É dessa forma decidida e radical que o verdadeiro discípulo responde a Jesus.
Da mesma forma, o povo em Nínive responde ao apelo de Jonas e se converte fazendo jejum e revestindo-se de sacos como sinal de arrependimento e mudando de atitude em vista do mau caminho que estava seguindo. Pois como diz Paulo na 2ª leitura o tempo é breve e precisamos estar preparados para a volta de Jesus.

Deus os abençoe.