2º Domingo do Tempo Comum
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais do Segundo Domingo do Tempo Comum
 
1ª Leitura (1Sm 3,3b-10,19)
A primeira leitura apresenta-nos Samuel ainda menino, vivendo tranquilamente no templo do Senhor em Silo, a serviço do sacerdote Eli. Certa noite ouve alguém chamando-o: não sabe, porém, de onde provém a voz e então se dirige a Eli. Esse percebe que se trata de uma mensagem e orienta o jovem sobre a disposição espiritual que deve assumir.
A expressão: “Deus falou a. . .” encontra-se frequentemente na Bíblia e não deve ser interpretada como se fosse um som forte, uma voz provinda do céu. Deus nunca dirigiu-se aos homens dessa maneira. A sua mensagem não é percebida através dos ouvidos, mas no íntimo do coração do homem.
Acontece também em nossos dias. Lemos muitas páginas do Evangelho, podemos quase repeti-las de cor e algum dia, ao ouvi-la, temos a impressão de que ela penetra na intimidade do nosso coração.
A voz de Deus se faz ouvir durante a noite, quando tudo está em silêncio, quando não há gritaria que a possa abafar, confundir ou tornar incompreensível. 
Quando Deus se dirige às pessoas, chama-as pelo nome. Não há para ele massas anônimas; cada ser humano é importante, cada pessoa possui um valor incomensurável e um grandioso projeto a executar.
Quem é chamado não reconhece facilmente a voz de Deus. Foram necessários quatro chamados antes que Samuel percebesse que o Senhor tinha alguma mensagem para lhe transmitir.
Samuel não consegue identificar a voz de Deus sozinho: há um homem, o sacerdote Eli que o ajuda. Nós também se quisermos entender o que Deus tem para dizer, devemos recorrer aos irmãos, especialmente àqueles que, na nossa comunidade, são mais sensíveis à palavra de Deus e estão em condições de ajudar-nos a descobrir o que Deus pede a nós. 
 
2ª Leitura (1Cor 6,13c-15a.17-20)
“Tudo é permitido! Por que me privar daquilo que me dá prazer? O instinto sexual é como o desejo do alimento: deve ser satisfeito não importa de que maneira!”
Ao tomar conhecimento das ideias que circulavam entre os cristãos daquela comunidade, Paulo, na sua carta, enfrenta o assunto com clareza. Ele apresenta um argumento completamente diferente: ensina que a corrupção sexual é incompatível com a vida de uma pessoa batizada, porque está unida a Cristo e forma com ele um só corpo. Os pensamentos, as palavras e as ações dos cristãos devem ser os de Cristo e é inconcebível que o corpo de Cristo possa servir à impureza (vers.13-15).
A sexualidade não tem como finalidade satisfazer os caprichos egoístas dos homens, mas sim, manifestar o próprio amor e a doação de si. 
Quais são as ideias que estão em voga na nossa comunidade respeito desse assunto? Enfrentam-se esses problemas ou deixa-se correr o barco, permitindo que cada um faça o que bem entender? Há no nosso meio, opiniões semelhantes às dos cristãos de Corinto?