Chamados  a anunciar
Compartilhe

O Natal, sem dúvida, tem um personagem central, que é o próprio Filho de Deus feito homem. O nascimento desse Menino Deus entre os homens marca a concretização de uma promessa feita por Deus ao seu Povo, como nos conta a tradição escrita no Antigo Testamento.
Essa longa espera é marcada por inúmeros personagens, que prenunciaram a vinda do salvador prometido por Deus e entregaram suas vidas para preparar a chegada do Messias: os profetas.
Mas, quem é, na verdade, um profeta?
No Antigo Testamento, a palavra “profeta” significa tanto “aquele que é chamado pela divindade” como “aquele que anuncia e proclama”, destacando o aspecto da vocação e da missão do profeta.
Essas pessoas a quem Deus fala e envia não são seres estranhos, “sobre-humanos”, diferentes dos outros homens. São pessoas normais, com a sua vida e a sua história, inseridos num determinado contexto cultural e religioso, assim como nós. São pessoas marcadas pelas descobertas, conquistas e esperanças, mas também pelas contradições e fragilidades dos homens de seu tempo. São gente como a gente!
No entanto, há duas características que o profeta precisa possuir: deve ser uma pessoa de uma fé profunda, que vive numa comunhão muito estreita com Deus, e deve ser uma pessoa muito atenta ao que se passa à sua volta.
Como cristãos, fomos escolhidos por Deus para sermos “profetas”, ou seja, chamados e enviados a apresentar ao mundo as Suas propostas. Pelo batismo, fomos ungidos e constituídos profetas à imagem de Jesus. A vocação profética, portanto, faz parte da nossa vida como cristãos e não pode ser excluída do nosso compromisso com Jesus.
Se somos verdadeiramente cristãos, não nos cabe perguntar se queremos, se temos disponibilidade ou se temos jeito para sermos profetas. A pergunta que devemos fazer é: como podemos viver, com fidelidade, a nossa vocação profética?
Para isso, precisamos, em primeiro lugar, colocar Deus no centro da nossa vida. O profeta João Batista nos desafia a ver Deus como a origem e o centro da nossa vocação e da nossa missão, e a fazer dEle a nossa prioridade fundamental. Isso significa mantermos sempre uma comunhão muito estreita e muito íntima com Deus, desenvolvida num diálogo muito próximo com Ele.
O profeta tem de ser alguém que reza, que escuta e reflete a Palavra de Deus, que está atento a Deus e aos seus sinais, que procura discernir as propostas de Deus e concretizá-las na vida. Precisa ser alguém com o coração disponível para aceitar os desafios de Deus e para ser seu porta-voz. O profeta não é um homem acomodado, que se enterra em seu comodismo. Acredita e deseja um mundo melhor para todos e luta ativamente por ele.
O profeta é um comunicador, não de suas ideias e de suas verdades, mas da mensagem de Deus aos homens. Para isso, precisa discernir em sua realidade o chamado de Deus e a necessidade de anunciar a verdade. Com a proximidade do Natal, da chegada do Filho de Deus, somos chamados a “preparar os caminhos do Senhor”, assim como aconteceu com João Batista.
Qual será nossa resposta e nossa atitude?