Solenidade de Nosso Senhor  Jesus Cristo, Rei do Universo
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais da Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo

1ª Leitura (Ezequiel 34,11-12.15-17)
Jerusalém e o seu templo maravilhoso tinham sido destruídos, suas muralhas arrasadas até o solo, os soldados da Babilônia tinham-se entregue a toda espécie de violência e barbáries.
O povo procurava salvar-se como pôde: alguns se refugiaram nas montanhas, outros fugiram para o Egito, outros foram aprisionados e deportados como escravos em terra estranha.
Passam alguns anos e eis que entre essas pessoas alguns, mais espertos, aproveitam-se da situação de extrema necessidade em que se encontra a maior parte do povo, começam a explorar sem escrúpulos todos os que estavam reduzidos à miséria das desgraças e desventuras. Compram, vendem, praticam o tráfico sem escrúpulo e assim enriquecem.
É nessa hora triste que Ezequiel pronuncia a profecia que encontramos na leitura de hoje. Revendo as desventuras que se abateram sobre o seu povo, ele compara os israelitas a um rebanho de ovelhas desgarradas e sem pastor e anuncia uma mensagem de salvação. Deus não promete enviar outros reis, mas afirma que ele mesmo se encarregará das suas ovelhas (vers.11), vai reuni-las de todos os lugares onde estavam dispersas “nos dias de nuvens e de trevas” (vers.12) e as conduzirá às pastagens das montanhas de Israel (vers.15).
A última frase da leitura é uma ameaça contra os que se atrevem a esmagar os direitos dos mais fracos. Trata-se de promessa clara de sua intervenção em favor dos oprimidos, dos pobres, dos explorados.

2ª Leitura (I Cor 15,20-26.28)
Para entender esta leitura é preciso lembrar que Paulo, como muitos do seu povo, acreditava que a vinda do Messias teria dado origem a dois reinos, que teriam se sucedido um após o outro. O primeiro teria sido o Reino do Messias, o segundo o Reino de Deus.
Na leitura de hoje ele diz que o Reino do Messias terá a duração da história da humanidade e terminará no fim do mundo. Durante esse tempo o Messias irá destruindo, aos poucos, todos os seus inimigos: o último adversário a ser vencido será a morte (vers.25-26).
O que pretende dizer com inimigos a serem submetidos? Paulo não se refere a grupos de homens, mas às forças do mal que dominam o homem: a doença, a fome, a nudez, a ignorância, a escravidão, o medo, o ódio, o egoísmo, o pecado.
Não resta dúvida de que todos os que lutam contra essas forças do mal estão colaborando para a construção do Reino de Cristo, estão realizando o projeto de Deus. É por isso que o Concílio afirma que Deus não está longe nem daqueles que se professam ateus, se forem honestos, se trabalharem e se empenharem em favor do homem.
Após esta explicação ficam mais claros os versículos 20-24. Cristo não eliminou a morte biológica. Por que dizemos então que ele venceu a morte? Ele a destruiu porque a privou do seu sentido de destruição total do ser humano e a transformou no nascimento de uma vida plena e definitiva.