33º Domingo do Tempo Comum
Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj
Leituras iniciais do XXXIII Domingo do Tempo Comum
1ª Leitura (Provérbios 31,10-13.19-20.30-31)
São quatro as qualidades que se encontram nas mulheres: “são gulosas, curiosas, preguiçosas e ciumentas; são também choronas e faladeiras”. Assim ensinavam os rabinos no tempo de Jesus e, entre o som sério e chacota, acrescentavam: “Quando Deus criou o mundo tinha à disposição dez cestos de palavras: as mulheres pegaram nove e os homens uma só.
Em alguns textos do Antigo Testamento a mulher é apresentada como sedutora, faladeira, ciumenta, curiosa, vaidosa (Eclesiástico 26,12-36). Trata-se de expressões que refletem a mentalidade daquele tempo.
A leitura de hoje propõe um trecho no qual, ao contrário, revela-se uma exaltação maravilhosa da mulher. Começa afirmando que uma mulher perfeita tem um valor inestimável e em seguida relaciona quatro características:
1.Antes de tudo ela é uma mulher de valor: faz a felicidade do seu marido, na família difunde a paz, serenidade e harmonia (vers.10-12).
2.Depois, é laboriosa (vers.13-19). Não fica de mãos inativas nem se perde em conversas vazias, mas agita-se para que na sua casa nada falte.
3.A terceira característica é a de ter um coração generoso. Comove-se diante das necessidades dos marginalizados e os socorre.
4.A quarta e última característica é a de ser uma pessoa religiosa, cumpridora dos mandamentos de Deus (vers.30). Os rabinos do tempo de Jesus dirão: “A preocupação da mulher é somente com sua beleza”.
Há muitas mulheres assim hoje? O trecho que lemos começa com uma pergunta inquiridora: “Uma mulher perfeita, quem poderá encontrá-la?” (vers.10). Penso que haja muitas, de qualquer forma, é sintomático o fato que neste domingo a liturgia, querendo nos propor um exemplo de laboriosidade, de dedicação, de empenho, tenha escolhido um texto que nos apresenta a mulher.
2ª Leitura (I Tessalonicenses 5,1-6)
Já dissemos no domingo passado que em Tessalônica havia muita inquietação: os cristãostinham certeza de que o fim do mundo e a volta do Senhor estivessem para acontecer brevemente.
Desejosos de obter esclarecimentos a respeito, encarregaram Timóteo de perguntar a Paulo se ele estava em condições de fornecer indicações exatas acerca do tempo em que tais fatos deveriam acontecer.
Na leitura de hoje o apóstolo responde: não é possível sabê-lo (vers.1). Deus costuma agir de maneira imprevisível e intervém quanto a gente menos espera. Ele é como um “ladrão” que chega de repente quando a gente está dormindo, é como as dores da parturiente que chegam durante a noite.
O que é importante – diz Paulo – não é conhecer o dia e a hora, mas não deixar-se envolver pelas trevas do mal. Desde o dia do próprio batismo, os cristãos tornam-se filhos da luz e filhos do dia, e não podem, portanto, deixar-se surpreender como quem vive no escuro e está entontecido pelo sono (vers.4-6).