33º Domingo do  Tempo Comum
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“Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!”

por Diác. Bartolomeu de Almeida Lopes

Evangelho (Mt 25,14-30)

Estas leituras e seus dizeres, nos levam a refletir sobre os cuidados necessários para sermos contemplados com os frutos que levam à Santidade e à vida eterna como meta (cf. Rm 6,22), purificarmo-nos com boas obras e crescer no conhecimento de Deus.
A Parábola dos Talentos está muito ligada à parábola que nos fala das dez virgens citadas no domingo passado. A parábola de hoje é tirada do contexto social do tempo dos ouvintes de Jesus. Era comum um rico senhor ser dono terras na Palestina e nos países vizinhos ao mesmo tempo, assim como ter empregados inteiramente a seu serviço, sem salário, mas vivendo do que produziam para o seu senhor. Se o patrão era bom e generoso, os empregados viviam bem como uma grande família.
Se o patrão era sovina e ganancioso, os empregados levavam vida de escravos, sem alternativa de trabalho e sem lugar para viver. Acontecia que muitos desses ricos senhores não eram hebreus, mas estrangeiros.
Para um hebreu era vergonhoso trabalhar para um patrão estrangeiro. No tempo de Jesus eram muitos os judeus pobres que trabalhavam para estrangeiro sem nenhuma chance de melhora. Havia muitos outros tipos de contrato como plantar na terra e dois terços da colheita eram do proprietário.
Jesus comparou o senhor rico a si mesmo. Ele veio de fora, veio do céu. Jesus comprou “com sua vida”, os campos (a humanidade), todos os bens da terra e partiu para uma “viagem” (v. 14). A palavra “viagem” indica retiro. Jesus retornará na Glória Celeste à terra. Ao partir deixou os empregados (as criaturas humanas) cada uma com sua responsabilidade, ou seja, fazer frutificar os campos e desenvolver os bens, deixando a cada um a liberdade de ação e a escolha do modo de realiza-las.
A parábola fala de bens materiais, por tratar-se de entrega de valor, (um talento equivale mais ou menos a 35 quilos). Bastante dinheiro, portanto.
Na verdade, o grande tesouro que Jesus deixou em nossas mãos para fazer frutificar é sua Palavra Divina, embora não exclua os bens materiais.
São Paulo lembrou aos colossenses que a pregação do Evangelho “está produzindo fruto e crescendo desde o dia em que o povo escutou e conheceu a verdade e a graça de Deus”. (cf. Cl 1,6). Este é o talento deixado por Jesus: a Palavra falada, a Palavra que se torna graça e verdade, a Palavra que se multiplica para alcançar os confins da terra (cf. Sl 22,28), a Palavra encarnada na pessoa Divino-Humana de Jesus de Nazaré, o Cristo Bendito de Deus (cf. Mc 14,61-62).
Como batizados e conscientes, vivemos para o Senhor e trabalhamos para o Senhor.
O espaço de vida terrena é, portanto, um tempo de plantio, floração e frutificação. Nós NÃO somos os donos do espaço e do tempo de nossa vida. Somos criaturas de Deus, pertencemos a Ele. Somos servos do Senhor como disse Maria na anunciação (cf. Lc 1,38).