Dom Antonio e o colégio para meninas (1)
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Amável ouvinte! Mais 15 minutos passaremos juntos, neste programa gentilmente oferecido pelo gerente desta emissora para a irradiação de assuntos relacionados com o Patrocínio.
Continuando a série iniciada no último sábado, falaremos hoje sobre a chegada das beneméritas Irmãs de São José ao Brasil.

Dom Antonio Joaquim de Melo, o zeloso e ativo Bispo que Itu presenteou a São Paulo, ao terminar a construção do Seminário para os futuros levitas do Senhor, voltou seus olhos para a educação das futuras mães paulistas. Idealizou um colégio onde as meninas brasileiras pudessem, ao lado da instrução, receber uma sólida educação religiosa, tornando-se assim uma fecunda sementeira de cidadãos úteis a Deus e à Pátria.

Expõe essa ideia aos seus auxiliares Frei Afonso e Frei Eugênio, que imediatamente entram em contato com as Irmãs de São José, em Chambéry, na França.

Madre Maria Felicidade, superiora geral, imediatamente compreende que para “além dos mares há vastíssimas glebas onde corações e corações esperam a semente bendita… onde há um Gigante que, à noite, adormece aos pés de um cruzeiro estelar e, pela manhã, acorda murmurando salmos em sua catedral, cujo órgão, tocado pelo vento, tenta ecoar entre as nuvens fugidias.”

Madre Felicidade exulta ao ver que Deus escolhe suas Filhas para operárias de Sua vinha no Novo Mundo. Consultados os superiores eclesiásticos, estes se declaram de acordo.

Eis-nos em 1856. Entre Itu e Chambéry a distância é enorme. É necessário escolher para fundadora da nova obra alguém com desenvolvido espírito de iniciativa, para, no caso de uma decisão rápida, poder resolver tudo satisfatoriamente.

Frei Eugênio insinua-lhe o nome da Irmã Josefina Antonieta, sua auxiliar direta, tão cheia de dons da natureza e da graça. Madre Felicidade oferece o sacrifício de privar-se de tal Assistente, para o sucesso da empresa. Deus, porém, tem outros desígnios. Irmãs Josefina adoece gravemente e os médicos proíbem-lhe a viagem.

Irmã Maria Basília, modelo de obediência, humildade e fervor, é ao nova missionária escolhida. Reservar-lhe-á a Providência a glória da fundadora?

Seis auxiliares lhe farão companhia, em busca da terra brasileira. São elas: Irmã Maria Justina Pépin, Irmã Maria Angelina Achard, Irmã Marta da Cruz Godet, Irmã Maria Elisa Mièvre, Irmã São Paulo Angelier, Irmã Maria Cunegundes Gros.

Na “terra morena dos rubros cafeeiros” serão elas as primeiras semeadoras dos divinos perfumes do Evangelho. As 18 de junho de 1858, o veleiro “Comércio de Paris” recebe as corajosas jovens, que, emocionadas, lançam um último olhar à terra que as viu nascer e ao seu inolvidável Convento… Parte a embarcação sem suspeitar que deixara na pátria distante, quem nasceu para além a guiar…

Maria Cecília Bispo Brunetti
Acervo – Museu da Música – Itu