Mudanças na guerra ideológica, dominação das mentes e  prática política da violência social
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Despontam sinais de união e solidariedade. Estariam enfraquecendo os mecanismos de manipulação
psicossocial, disseminação de notícias falsas, violências e ódios? Tentativas de delimitação, regulação e uso das redes sociais. Alternativas de superação

Apesar da baixa participação, ocorreram sinais de união em defesa da democracia, nas celebrações do sete de setembro; enquanto multiplicavam-se manifestações de solidariedade nas calamidades climáticas do Rio Grande do Sul. Indicam mudanças no ambiente social desumano? Faltou prevenção e presença do Presidente da República.

Prosseguem ameaças à democracia, guerras ideológicas e narrativas, disseminação de notícias falsas, manipulações políticas, práticas de violência, ataques às escolas e à juventude. As redes sociais alastraram-se e tornaram-se incubadoras de agressões. Elas não as criam, mas implementam e propagam – em territórios sem lei e limites. Podemos aderir ou delas participar de outras formas.

Continuamos enfrentando a passagem de impulsos agressivos entre o mundo virtual e a convivência social, expressos em atitudes destrutivas e transgressões – como em 8 de janeiro contra os poderes constituídos. Esta passagem não passa pela reflexão, não aceita diálogo nem respeita os limites dos outros. Manifesta-se em agressões a pessoas e autoridades nos locais públicos: aeroportos, restaurantes, na UNE, etc.

Autoridades e líderes políticos alimentam ataques e ofensas, insuflando seus seguidores. Algumas pessoas invocam falta de democracia diante de tentativas de regulamentação e delimitação social – como o projeto de lei sobre a disseminação de notícias falsas, ódios, conteúdos ilícitos ou danosos em redes sociais. A discussão se transformou numa guerra ideológica. Grupos políticos e plataformas digitais estrangeiras impediram a votação imediata do projeto.

Nessa guerra, procura-se coibir a violência social com medidas governamentais – como as assinadas em 21/07/2023 sobre segurança pública – o Plano de Ação na Segurança, e controle de armas. Alguns prosseguem defendendo sua utilização pela população e emprego das milícias – organizações paramilitares ilegais envolvidas com crimes e dominação de comunidades obrigadas a pagarem taxas por ‘proteção’ e ‘serviços prestados’.

Sem negar a necessidade de regulações e delimitações da violência, considero que ela tem raízes mais profundas. Mentiras, ódios e violências se espalharam pelo planeta e se naturalizaram no Brasil, circulando não apenas nas redes virtuais, mas também na política, nas escolas e na vida social. A falta de limites e reflexão permite a eclosão dos impulsos primários de cidadãos pouco preparados para a convivência democrática. Vários discursos e comportamentos – que antes eram condenados – passaram a ser curtidos, compartilhados e viralizam. Intolerância e violência vêm se expressando virtual e verbalmente, tendendo ao insulto, intimidação, assédio de pessoas e até ataques físicos e morte.

Este quadro assinala uma deterioração humana e social de nossa democracia e civilização, contribuindo para a divisão das relações sociais, famílias e igrejas. Muitas pessoas tornaram-se cegas e surdas a qualquer argumentação contrária às ‘narrações’ veiculadas em suas ‘bolhas sociais’ A multiplicação de denúncias sobre supostos delitos de representantes políticos não parece abalar a adesão de seus seguidores.

Tal processo relaciona-se ao ‘comportamento de manada’, enraizado na identificação em grupo, seguimento de líderes, manipulação de opiniões e polarização política. Procurei indicar caminhos alternativos para a superação e mudança dessa situação, compartilhando experiências sociais de abertura aos outros e o acesso espiritual ao espaço de amor e união que supera divisões e ódios.