Para dom Jaime Spengler, a gestão da atual presidência da CNBB colaborou para fomentar a comunhão entre bispos
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Com a proximidade da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a ser realizada de 19 a 28 de abril, em Aparecida (SP), cuja temática principal estará voltada à avaliação global da caminhada da CNBB, a Assessoria de Comunicação da entidade entrevistou cada um dos componentes da atual presidência, para que fizessem um balanço de sua gestão (2019-2023), uma vez que essa Assembleia também terá caráter eletivo e definirá os próximos membros.  

Abaixo, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, destacou aspectos que marcaram a gestão da atual presidência. Confira a entrevista:

Que aspectos o senhor destaca da gestão de vocês à frente da CNBB no período de 2019-2023?

Dom Jaime Spengler, primeiro vice-presidente da CNBB

A pandemia do Covid-19 exigiu decisões e posições desafiadoras… Foram tempos delicados que proporcionaram caminhos até então inimagináveis e, portanto, aprendizados. O contexto socio-político-eclesial também exigiu senso crítico, bom senso, determinação. Neste contexto, vale também ressaltar o Pacto pela Vida e pelo Brasil, firmado conjuntamente por outras entidades da sociedade civil.

O que conduziu e orientou a ação desta da presidência na condução da Conferência neste período?

O que conduziu e orientou a ação da presidência não poderia ser outra coisa senão o desejo de colaborar para fomentar a razão mesma de ser da Conferência: promover a comunhão entre os Bispos.

Aponte uma alegria, uma história ou algo que o marcou neste período como membro da presidência?

Uma experiência forte que me marcou foi a visita que fizemos logo no início de nossa gestão à Diocese de Boa Vista, quando tivemos oportunidade de verificar “in loco” o trabalho de acolher os migrantes venezuelanos e haitianos, desenvolvido pela diocese de Boa Vista e o Exército brasileiro, com a colaboração de variadas forças da sociedade. A colaboração de muitos certamente fez a diferença neste trabalho de acolhida!

Como avalia a atual composição da presidência da CNBB com quatro membros?

Esta foi uma indicação da Assembleia Geral da Conferência e que recebeu aprovação da Santa Sé. Ao longo do quadriênio, a sintonia, a cooperação, a disposição para colaborar e o espírito fraterno foram aspectos marcantes da atual composição. As diferenças foram enriquecedoras!

Que pontos são centrais e desafiam a atuação da CNBB nos próximos anos?

Experimentamos uma série de crises: crise econômica, política, social, do humanismo, ética, eclesial, de fé! Neste contexto, a Conferência certamente deverá pautar suas ações! A referência maior será sempre o Evangelho do Crucificado-Ressuscitado, a Doutrina Social da Igreja e a Tradição. A disposição será certamente a de promover o bem comum e o cuidado pela vida nas suas diversas expressões, a fim de que todos possam ter vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10)