Domingo da Páscoa do Senhor
Diác. Luiz Eugenio Demarchi
Paróquia São José
“Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
Evangelho (Jo 20,1-9)
Celebramos neste domingo o acontecimento central de nossa fé, a ressurreição de Nosso Senhor Jesus CRISTO, vencedor da morte, que permanece para sempre conosco. A Eucaristia (comunhão) deve ser para nós o sinal vivo, a força para dar testemunho ao mundo da vida nova que recebemos de Jesus ressuscitado.
Essa celebração tem início com o Domingo de Ramos e alcança seu ponto mais elevado neste Domingo de Páscoa.
Porém ambos giram em torno de Jesus. Há um contraste entre o Domingo de Ramos e este domingo.
No Domingo de Ramos Jesus entra em Jerusalém, é acolhido e aclamado como o MESSIAS, a multidão exulta e aclama a entrada de Jesus como a chegada de um Rei que libertará o povo da perseguição e opressão romanas. O clima que se vê é de exaltação do poder, do triunfo sem cruz. Neste domingo da Páscoa, porém, ocorre algo novo: a festa do triunfo da vida que passa pela cruz.
A liturgia vai nos mostrar que Jesus não fica preso à morte. Somos convidados a rezar como o salmista: a pedra que os pedreiros rejeitaram, torna-se a pedra angular. Pedra que define a construção de um reino de libertação, salvação, justiça, amor, fraternidade.
Nestes tempos em que encontramos tantas dificuldades: injustiças, desesperanças, rejeições, etc., nós devemos nos apegar a essa pedra angular (Jesus), e com Ele renovar a nossa esperança do triunfo que passa pelo sacrifício da cruz, pelo Cristo ressuscitado, Cristo vivo.
Contemplemos a ressurreição como existência feita de dom e serviço aos irmãos. E que esta volta à vida seja um exemplo concreto de que não devemos ficar presos à morte. Devemos ser discípulos, testemunhar a verdade, levá-la aos homens e anunciar o caminho.
Pela lógica humana, aceitar que o amor incondicional e doação da própria vida nunca será geradora de vida nova. Mas quem ama Jesus entende o seu caminho e sua proposta (não se escandaliza e não se espanta que da cruz tenha nascido vida plena e verdadeira).
Este é o convite feito a todos nós cristãos, e pelo nosso batismo, devemos continuar a nossa caminhada de vida nova até a transformação plena que acontecerá quando pela morte, tivermos ultrapassado a última barreira da nossa existência terrena.
Para refletirmos:
A ressurreição de Jesus e a consequência de uma vida doada, fazendo o bem e dando liberdade aos oprimidos, significa também: esforçar-se a imitar Jesus, para vencer o egoísmo, a mentira, a injustiça, e fazer triunfar o amor.
Sempre que alguém se doa aos outros e o manifesta, em gestos concretos, significa a sua entrega aos irmãos.
Eu estou passando também pelo mundo fazendo o bem, ou continuo com velhos esquemas de egoísmo, orgulho e comodismo?
A ressurreição de Jesus significa também que o medo, a morte, o sofrimento, a injustiça deixam de ter o poder sobre o homem que ama, que se doa, que partilha a sua vida. Ele pode assim enfrentar o mundo com a serenidade que lhe vem da fé.
Estou consciente disso? Ou deixo-me dominar pelo mundo, sempre que tenho que agir para combater aquilo que rouba a vida e a dignidade minha e de cada um dos meus irmãos??
Nós não vimos o sepulcro vazio mas fazemos, todos os dias, a experiência do senhor ressuscitado, que está vivo e caminha ao nosso lado. Nossa missão é dar testemunho desta realidade. No entanto, o nosso testemunho será vazio, se não for comprovado pelo amor e pela doação.
Que a alegria e a esperança no Cristo ressuscitado seja vossa força.
FELIZ PÁSCOA A TODOS!