Doçura e imaginação na caridade para com os últimos
“Mesmo os lobos mais cruéis, com gentileza, podem se transformar em cordeiros tenros”. É de São João Bosco que Gianluca Pedrali, professor da escola “Giovanni Falcone” de Palazzolo sull’Oglio, entre Bréscia e Bérgamo, se inspira no caminho educativo dos “seus” meninos. E «repito-o sempre aos alunos», confidenciou esta manhã, acompanhando vinte deles à audiência geral com histórias de dificuldades. Eles foram os primeiros a chegar à Praça de São Pedro para encontrar o Papa, junto com a diretora Maria Chiara Agosti e outros professores.
Foi um encontro cheio de emoções “para esses jovens que – contou Pedrali – viveram situações precedentes difíceis”. Entre eles estão os que sofreram violência, os que moram na comunidade e têm histórico de uso de drogas, os que cometeram algum pequeno delito. Há também aqueles que foram afastados de sua própria família e confiados a outros pais. “Estes jovens são um tesouro enorme, basta transmitir confiança”, acrescentou o professor. E a escola tem precisamente esse objetivo, confirmou a diretora Agosti, «tentar ser uma família: nas salas de aula procuramos “preparar o terreno” e proporcionar a todos uma segunda oportunidade, o início de um novo caminho, também através da formação para o mundo do trabalho”.
“Brincamos e rimos com crianças e adultos até em hospitais, em salas de espera de presídios onde os pequenos esperam encontrar seus pais presos, em uma casa de repouso ou em uma praça, na rua”, explicou a mulher. Observando como, especialmente para as pessoas hospitalizadas, “o conforto e a proximidade constituem um remédio muito válido, aliás sem efeitos colaterais…”.
A associação, que opera exclusivamente no território do Lácio em atividades de solidariedade e voluntariado, veio testemunhar ao Papa, “com simplicidade, a alegria de servir os pobres, os últimos, os marginalizados”.
Os lenços brancos em memória de padre Peppe Diana
Depois de receber, ontem em Casal di Principe, a visita do Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, no túmulo de padre Peppe Diana, na primeira fila esta manhã no adro da Praça de São Pedro estava Marisa, irmã do padre assassinado em 1994 pela camorra (uma organização criminosa de conotação mafiosa originária da Campania). Ele tinha 35 anos e era o dia do seu onomástico, 19 de março: padre Peppe foi atingido várias vezes no rosto, no corredor que leva da sacristia à igreja, quando a missa estava prestes a começar.
Ao lado de Marisa, estavam Mario Laganà, presidente emérito da Ópera pellegrinaggi foulard bianchi, e alguns membros do conselho de administração. A associação foi fundada em 27 de abril de 1993 por Don Peppe, que também foi seu primeiro assistente eclesiástico. Isso é lembrado por padre Maurizio Stefanutti e Antonio Manuel Maresca, respectivamente assistente e diretor eclesiástico. Hoje, a Obra, explicaram, “está empenhada em assistir e acompanhar os enfermos de Lourdes e de outros santuários marianos. Nestes 30 anos trouxemos cerca de trinta mil pessoas, entre doentes e deficientes, bem como à Gruta de Massabielle, também a Fátima, Loreto e Pompeia».
Voluntariado no estilo vicentino
Estavam na Praça São Pedro cerca de 150 delegados da Associação Internacional de Caridade que, de terça-feira, 21 a sexta-feira, 24 de março, se reuniram em Frascati, no Centro João XXIII, para a assembléia internacional sobre o tema: “Cidadãos do mundo, caminhando unidos na esperança”.
Fundada por São Vicente de Paulo na França em 1617, a associação representa hoje uma grande realidade do voluntariado global, com mais de cem mil membros, a maioria mulheres, atuando em 55 países.
“O pessoal médico e de saúde do hospital Asiago teve uma fortaleza incrível durante a pandemia”: assim o diretor médico Antonio Di Caprio apresentou “sua” equipe ao Pontífice.
Reuniram-se com o Papa para buscar “o encorajamento para este período pós-pandemia em que é necessária tanta coragem para começar de novo”. E também para “receber uma bênção especial” para a nova estrutura inaugurada em 2021: “começar de novo com um sorriso e alegria no coração” relançou Dom Federico, capelão do hospital, que durante o período da pandemia andou pelas enfermarias com um livro de brincadeiras só para “dar um sorriso aos doentes internados sozinhos nas enfermarias”.
A partida entre os ex-campeões franceses e “Fratelli tutti”
O Papa Francisco abençoou a iniciativa do amistoso jogo de futebol entre a equipe “Fratelli tutti” — composta por 18 padres e seminaristas dos vários colégios pontifícios romanos (a maioria africanos) no estilo da taça Clericus — e o Variètès Club de France que reúne 30 ex-futebolistas franceses que vieram a Roma em peregrinação com suas famílias.
A partida foi disputada nesta quarta, pelas 16h30, no Stadio dei Marmi. Entre os inúmeros protagonistas, Arsène Wenger, Vincent Candela, Christian Karembeu, Robert Pirès, Sidney Govou, Olivier Dacourt e Wilfried Mbappè.
Monsenhor Emmanuel Gobilliard, bispo de Digne, que colabora ativamente com a Athletica Vaticana, clube esportivo da Santa Sede que tornou possível a iniciativa com a associação “Esporte e Saúde”, especialmente nos projetos para as Olimpíadas de Paris 2024, para as quais é nomeado pela Conferência Episcopal Francesa.
Depois de 36 anos voltaram a agitar e lançar suas bandeiras no ar diante de um Papa, são os agitadores dos Borghi e Sestieri Fiorentini, que já em 1987 se apresentaram diante de João Paulo II.
Esta manhã, enquanto aguardavam a chegada do Pontífice, vestidos com trajes históricos e acompanhados por trombetas e tambores, junto com os capitães, foram a atração principal da praça. A associação nasceu em 1965 em Figline Valdarno por iniciativa do padre franciscano Ermenegildo Zurlo.