5º Domingo da Quaresma – Leituras Iniciais
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia.

 

1ª Leitura (Ezequiel 37,12-14)

Entre os israelitas exilados na Babilônia em 597 a.C. há também um sacerdote, Ezequiel, destinado a ser profeta do povo no exílio.

Transcorrem 10 anos e Jerusalém é golpeada por uma nova catástrofe, pior que a precedente. É arrasada e mais um grupo dos seus habitantes, mais numeroso que o anterior, é encaminhado para as terras da Mesopotâmia (atualmente Irã, Iraque e Jordânia).Ezequiel anuncia ao povo derrotado e humilhado uma mensagem de conforto e esperança: “O Senhor está prestes a realizar um prodígio inaudito; ressuscitará o seu povo para uma vida nova”.

Esta profecia, é evidente, se referia ao regresso dos deportados à sua pátria, não à ressurreição dos mortos, como a interpretamos hoje. Entretanto, nos séculos seguintes, foi objeto de estudo e reflexão por parte dos rabinos, adquiriu grande importância e contribuiu para fazer surgir no povo de Israel a ideia que, com a vinda do Messias, todos os justos ressuscitariam para participar da alegria do novo Reino.

As palavras de Ezequiel podem ser aplicadas a todas as situações de morte nas quais os homens podem vir a encontrar-se: há morte da família em que marido e mulher se ofendem, não dialogam mais, praticam deliberadamente a traição; há morte no jovem que escolheu o caminho da droga; há morte quando o homem opta pelo caminho da corrupção, do roubo; há morte na comunidade onde há intrigas, maledicências, invejas. Semelhantes situações não podem ter efetivamente solução? Humanamente falando, na maioria das vezes, sim.

Não esqueçamos, porém, que o Espírito do Senhor tem o poder de reanimar até os cadáveres.

 

2ª Leitura (Romanos 8,8-11)

Todos os homens vão morrer. A vida material que partilham com os animais não dura para sempre. Jesus também, sendo homem como nós, morreu, tinha que morrer. Ele, porém, ressuscitou. Por que? O que provocou a sua ressurreição?

Na leitura deste dia Paulo nos ensina que isto aconteceu porque ele possuía em plenitude o espírito de Deus, isto é, tinha em si a vida de Deus.

A vida do homem tem um começo e um fim. A de Deus, não. Ele não nasceu e não morre nunca. Tendo Jesus em si esta vida, deveria morrer? Com certeza não. Para ele um dia esta vida material terminou, mas o Espírito de Deus o fez ressuscitar.

Paulo continua dizendo: nós também, que recebemos no Batismo o seu mesmo Espírito, a mesma vida, não podemos morrer. A nossa vida neste mundo terá um término, mas não será o fim de tudo. O Espírito que ressuscitou Jesus fará viver eternamente também a nós.