Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia.

1ª Leitura (Gênesis 2,7-9; 3,1-7)

Para entender este trecho, precisamos lembrar antes de tudo, que esta página do livro do Gênesis não é a crônica de um fato ocorrido no começo do mundo. Quem pode não entender que se trata de uma história? Estamos diante de uma narrativa muito antiga que, à primeira vista, parece muito simples a ponto de ser entendida até pelas crianças, mas que de fato, dentro de uma aparente simplicidade, contém ensinamentos religiosos muito profundos e de extrema importância para a vida do homem.

A narrativa começa apresentando o homem que vive num jardim ou pomar plantado de árvores com frutas raras. Pode comer à vontade. No centro do jardim, porém, há uma árvore especial na qual ele não pode mexer. Esta árvore é um símbolo, indica um limite que não pode ser ultrapassado. Ao criar o homem Deus lhe dera a liberdade de fazer o que quisesse; uma coisa só devia evitar de forma absoluta: atribuir-se o direito de decidir por si mesmo o que é bem e o que é mal.

Quando o homem se esquece que é uma criatura e quer se tornar como Deus, conhecedor do bem e do mal (que só Deus tem a capacidade de conhecer), então ele se pergunta: “Deus faz o que bem entende, por que eu não posso fazer a mesma coisa? Por que Deus não quer que eu faça isso ou aquilo? Não se trata, por acaso, de coisas agradáveis?” Em verdade – informa a leitura – “a mulher viu que o fruto da árvore era bom para comer, de agradável aspecto e apetecível” (ver.6).

A tentação de se tornar independente de Deus é representada pela serpente, traiçoeira, não faz barulho, ninguém a percebe, mas é muito perigosa: provoca a morte.

A consequência do pecado é a maldição. Quando a Bíblia fala em maldição quer somente alertar a respeito das consequências do pecado. Deus não amaldiçoa, ele somente salva! É o próprio homem que, praticando o mal, se castiga: acaba com o seu casamento, com seu emprego, com suas amizades, destrói a natureza e acaba por se tornar infeliz.

2ª Leitura (Romanos 5,12-19)

É esta uma parte muito importante e até bastante difícil da Carta aos Romanos. A nós interessa destacar o tema central: a contraposição entre Adão e Cristo. Adão quis ser senhor do bem e do mal e obteve como resultado a morte.

Cristo, ao invés, reconhece a sua própria dependência de Deus, sempre foi fiel e obediente ao Pai e se torna Senhor da vida. Todos os que o seguem e o imitam na obediência serão transformados em justos. Entre estes dois homens nós temos que fazer a nossa escolha.