A serviço da  comunhão
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por Diác Tadeu Eduardo Italiani

Santo Irineu de Lion, mártir e grande teólogo do Século II escreve que “Onde está a Igreja, ali também está o Espírito de Deus; e onde está o Espírito de Deus, ali está a Igreja e todas as graças; porque o Espírito Santo é verdade”. Assim podemos afirmar com toda a certeza, que há um íntimo vínculo entre a Igreja e o Espírito Santo. São Paulo Apóstolo na carta aos Romanos 5,5, nos afirma que o Espírito Santo constrói a Igreja e lhe confere a verdade, infunde o amor nos corações dos crentes.
Na comunhão com o Espírito, os participantes da comunidade Igreja, conhecem desde o início não só a alegria do Espírito Santo, a graça da verdade e do amor, mas também os contrastes entre a fé e as dilacerações a cerca da comunhão. A comunhão do amor existirá até o fim dos tempos na segunda vinda de Jesus. Infelizmente a divisão também existe, pela falta da comunhão no amor e na graça do Espírito Santo, vemos o perigo nas vicissitudes do mundo que procura relativizar a fé e, com isso, promover o enfraquecimento na Igreja. Portanto, é um dever precioso de quem crê na Igreja do amor e nela deseja viver, reconhecer que não há comunhão, se não acreditar no caminho de salvação que o Cristo nos deixou, ou seja, a comunhão está na prática da bondade, caridade, amor e perdão.
A Igreja do amor é também a Igreja da verdade, entendida inicialmente com fidelidade ao Evangelho. A fraternidade cristã nasce ao sermos constituídos filhos do mesmo Pai pelo Espírito Santo de verdade: “De fato, todos que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus”. (Rm 8,14). Mas a família dos filhos de Deus, para viver na unidade e na paz, tem a necessidade de viver na comunhão com o Espírito de verdade, para que os guiem com discernimento sábio e voltado aos valores do Evangelho.
Toda a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, mas há um estrutura hierárquica e a sucessão apostólica, a qual compete garantir a permanência da Igreja na verdade de Cristo, de onde deriva o amor de Deus. Em Atos dos Apóstolos encontramos a seguinte afirmação: “Eram assíduos ao ensino dos apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações (At. 2,42). Dessa forma, vemos que a comunhão nasce na fé suscitada pela pregação apostólica, se alimenta do partir do pão e da oração, e na caridade fraterna e no serviço. Esta é a comunhão da Igreja, que na riqueza do seu dinamismo apostólico expressa o dom da comunhão promovido pelo ministério apostólico, que por sua vez é dom para toda comunidade.
A verdade e o amor são dois rostos do mesmo dom, que vem de Deus; e graças ao mistério apostólico é conservado na Igreja e nos alcança até o nosso íntimo. Através do serviço dos sucessores dos Apóstolos, o amor de Deus Trindade nos alcança para comunicar a verdade que nos torna livres.
Somos convidados a todo instante a manter firme comunhão no Espírito Santo e a rezar continuamente por todos os Bispos e pelo sucessor de Pedro, para que sejam realmente os guardiões da Verdade, da Palavra e da Caridade, para que sejam apóstolos de Cristo.