3º Domingo do Tempo Comum – Leituras Iniciais
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia.

 

1ª Leitura (Isaias 8,23b-9-3)

Isaias pronuncia esta extraordinária profecia referindo-se à situação política na qual se encontra o Reino do Norte, ocupada pelas tribos de Zabulon e Neftali. (A “terra de Zabulon”, na Galileia, ainda hoje faz divisa com o sul do Líbano e com a Síria; a “terra de Neftali”, do outro lado do Jordão, ia para dentro do Líbano e da Síria atuais).

Neste reino de escuridão o profeta entrevê um sinal de esperança: vê brilhar uma luz que aparece antes nos cumes das montanhas da Galileia, depois se torna sempre mais esplendorosa, se difunde em todas as direções, e eis que, a certo ponto, as trevas começam a dissipar-se e a desaparecer.

A luz, para o profeta, representa um rei, um descendente de Davi, destinado a cumprir a missão de eliminar as trevas introduzidas pelos invasores estrangeiros. Historicamente, o que aconteceu? Nada! Os assírios continuaram dominando. E então? A profecia não se realizou?

Bem, agimos frequentemente como crianças que querem tudo e já! Temos uma visão do tempo muito limitada e, se não constatamos a realização dos nossos sonhos e projetos infantis, pensamos que Deus não esteja conduzindo a nossa vida.

A luz apareceu sobre as montanhas da Galileia, mas somente 700 anos depois, com o começo da vida pública de Jesus. A luz, dirá Mateus no Evangelho de hoje, é a palavra de Deus que começou sua pregação justamente a partir da Galileia. Desde então a escuridão começou a diminuir e nós temos certeza de que, um dia, será vencida completamente.

 

2ª Leitura (I Coríntios 1,10-13.17)

Quando escreve a primeira carta aos cristãos de Corinto (próximo a Atenas na Grécia), Paulo está em Éfeso (Turquia), lugar de encontro entre as culturas do oriente e ocidente.

Um dia chega a esta cidade um grupo de pessoas provenientes de Corinto, trazendo uma carta enviada a Paulo pelos cristãos daquela cidade. Dizem eles que em Corinto as coisas vão mal, há discórdias e confusões que não acabam mais; surgiram partidos que se referem ao nome de um dos apóstolos: alguns seriam de Pedro, de Apolo, ou de Paulo; sobre a vida moral então. . praticam-se coisas que nem mesmo entre os pagãos acontecem!”

Paulo começa então a escrever a carta da qual encontramos o trecho de hoje. O primeiro ponto que aborda é o da divisão e dos partidos, com palavras muito duras que revelam a gravidade da situação. Qual era causa das discórdias em Corinto? O egoísmo, o desejo de dominar, de se destacar, de impor a própria maneira de pensar aos demais.
Paulo diz aos cristãos de Corinto: os apóstolos não são os donos da Igreja, são unicamente servos; não são os salvadores, porque o Salvador é um só: Cristo.

É melhor procurar as causas das divisões nas nossas comunidades: descobriremos que não são diferentes daquelas dos cristãos de Corinto.