Pe Manoel Gabínio de Carvalho
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Dentre os nomes maiores da história da Companhia de Jesus em Itu está o do padre Manoel Gabínio de Carvalho. Nascido a 10 de julho de 1866 em Pocinhos (Campina Grande) na Paraíba, por gentileza de uma parenta, foi estudar no Colégio Pio Latino Americano, em Roma, onde doutorou-se em Filosofia e laureou-se em Teologia. Foi ordenado padre em 22 de dezembro de 1888. Um ano depois entrou para a Ordem dos Jesuítas, quando fez dois anos de preparação espiritual.

Pe Manoel Gabínio de Carvalho

Em 1892 o padre Gabínio voltou definitivamente ao Brasil para trabalhar no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Em 1899 já o encontramos em Itu, professor de História da Civilização e História do Brasil, Cosmografia, Geografia, Língua Portuguesa, diretor da música e do canto e catequista. Escreveu “Quadros Sinóticos da Língua Portuguesa” para ajudar os alunos nos estudos da gramática do idioma pátrio.
Por dois anos dirigiu o noviciado da Companhia de Jesus em Campanha, iniciando sua vida como superior. Entre 1905 e 1910 assumiu o reitorado do Colégio São Luís, o mais prestigiado educandário brasileiro. Foi a era de ouro da instituição, equiparado ao Ginásio Nacional, oferecia bacharelado em Ciências e Letras aos sextanistas formandos. Ao mesmo tempo o padre Gabínio restabeleceu a Arcádia Gregoriana, academia de letras dos alunos, para ampliar a qualidade do ambiente educacional dos estudantes. Entre 1911 e 1912 foi superior da residência contígua ao Externato Santo Inácio, no Rio de Janeiro. Depois voltou a Itu para oito anos de atividade.
Padre Gabínio se tornou superior da residência do Bom Jesus acumulando a direção da revista “Mensageiro do Coração de Jesus” e do Apostolado da Oração local. Adquiriu novas máquinas para a “Typographia do Apostolado” e, assim, a revista aumentou em tamanho e quantidade. A partir de 1914 também se tornou importante diretor espiritual da comunidade ituana, confessor procurado e pregador aplaudido. Seu nome aparece em destaque, falando nas grandes celebrações em Itu. Na fase posterior à morte do padre Taddei (1837-1913), duas grandes figuras marcaram a história do Bom Jesus e seus tantos movimentos religiosos reunindo grupos de todas as idades e classes sociais, os padres Gabínio e Luís Yabar.
Deixou Itu, o padre Gabínio, em 1921, a fim de preparar a transferência do Mensageiro do Coração de Jesus para o Rio de Janeiro. Esteve como reitor do Colégio Santo Inácio e na igreja de São Gonçalo (São Paulo) por sete anos. Em 1929, quando a revista já estava instalada na capital federal, ele novamente a dirigiu, bem como o Apostolado da Oração, porque foi diretor diocesano e depois secretário nacional até a sua morte.
Nos últimos anos de vida o padre Gabínio conseguiu organizar uma casa de escritores para o Mensageiro e sua redação. Ele fez parte desta comunidade, sempre escrevendo para os devotos do Apostolado.
Faleceu o padre Gabínio a 21 de dezembro de 1942. No dia seguinte festejaria 54 anos de sacerdócio.