Mons. Jean Baptiste Du Dréneuf
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por Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”

 

Mons. Jean Baptiste Du Dréneuf

Dentre os dirigentes da Companhia de Jesus no Brasil destaca-se o francês Jean Baptiste Du Dréneuf, natural de Nantes, aonde veio ao mundo em 23 de julho de 1872. Estudou na Bélgica, concluindo a formação regular em Turnhout. Mudou-se, então para Paris, a fim de iniciar o curso de Engenharia, dado seu enorme talento para a matemática. Mas, na véspera do Natal de 1891, abandonou a universidade para abraçar a vida religiosa.
Jean chegou ao Brasil em 1896; Passou uns meses em Nova Friburgo, dirigindo-se logo para o colégio São Luís, em Itu. Tornou-se professor de língua francesa e das disciplinas de seu gosto e talento: física, química e biologia. Em 1899 tornou-se o responsável pelo Museu de Física e História Natural do colégio, que incluía geologia e taxidermia. O mestre Du Dréneuf também era o responsável pelo observatório meteorológico construído na torre central do São Luís, raríssima novidade europeia no Brasil. Esses espaços de ciências vieram oferecer mais qualidade ao ensino jesuítico acusado de excessiva formação em humanidades.
Du Dréneuf retornou a Roma para a última parte da formação em Teologia; foi ordenado padre a 10 de agosto de 1904. Dois anos depois estava novamente em Itu. No colégio São Luís, demonstrando dotes para administração, foi prefeito dos alunos, ministro do colégio e reitor (1911 – 1912).
Entre 1912 e 1915, Du Dréneuf recebeu a importante missão de dirigir toda a Missão Romana dos Jesuítas no Brasil. Neste momento, avaliando as dificuldades em manter um colégio das dimensões do São Luís, em cidade pequena como Itu, sem professores suficientes para a demanda da vida colegial, começou a desenhar o novo destino do educandário. Tornou-se novamente reitor, em 1915 e, entre outras demandas, iniciou o processo de encerramento do regime de internato e transferência do colégio para São Paulo. Adquiriu o edifício do colégio Anglo-latino, na Avenida Paulista e mudou toda a estrutura para lá. As dependências ituanas foram vendidas para o governo federal instalar o quartel do exército.
Ao deixar a reitoria do São Luís, em 1925, já em pleno funcionamento do externato, padre Du Dréneuf se tornou o primeiro vice-provincial da Vice-Província da Companhia de Jesus no Brasil Central, ou seja, a autonomia da antiga Missão Romana. Por quatro anos viveu no Rio de Janeiro, dirigindo os destinos dos jesuítas do Sudeste. Em 1929 aceitou a espinhosa missão de viver como Administrador Apostólico da Prelazia (quase diocese) em Diamantino, no sertão mato-grossense, abrindo a frente missionária no Centro-Oeste. Pode-se imaginar a mudança de vida, de colégio no centro paulistano e administrador na capital federal para a vida missionária, em comunidades pobres, de indígenas e ribeirinhos, antes ainda da marcha para o Oeste, promovida nos anos de 1950 pelo governo federal.
Mons. Du Dréneuf foi o “herói da missão de Diamantino” por quase dez anos. Faleceu a 6 de março de 1938 mas missão continuou nas mãos dos jesuítas.

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