30º Domingo do  Tempo Comum
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por Diác. Edson Aparecido de Moura
Capela Militar São Luís Gonzaga 2°GACL Ordinariado
Militar do Brasil

 

O Evangelho do 30° Domingo do Tempo Comum aponta a preocupação de Deus com o caminho que devemos seguir para viver a proposta do Reino e atingir tal meta. Somos convidados a curar a nossa cegueira, a exemplo do cego Bartimeu, quando aceitamos a proposta de vida eterna de Jesus e passamos da escravidão à liberdade.
Neste domingo Jesus faz o seu último caminho a Jerusalém, geográfico mas também espiritual, pois passará pela cruz, encontrará a morte e a vencerá pela ressurreição. Neste caminho continua a catequizar os discípulos que ainda não entenderam que o caminho para o Reino passa pela cruz, ainda estão presos a suas ideias nacionalistas que o Messias prometido venceria por um poder triunfal segundo a lógica do mundo e não a lógica de Deus; ainda estão “cegos”.
Os “cegos” faziam parte do grupo dos excluídos da sociedade palestina de então. As deficiências físicas eram consideradas – pela teologia oficial – como resultado do pecado. Segundo a concepção da época, Deus castigava de acordo com a gravidade da culpa. A cegueira era considerada o resultado de um pecado especialmente grave; uma doença que impedisse o homem de estudar a Lei era considerada uma maldição de Deus por excelência. Por sua condição de impureza notória, os cegos eram impedidos de: servir de testemunhas no tribunal e de participar das cerimônias religiosas no Templo.
Em torno dessa situação São Marcos construiu sua catequese para os seus leitores e para cada um de nós, ele representa todos os excluídos do tempo de Jesus, a quem a teologia oficial considerava pecadores públicos e, portanto, excluídos da proposta de Salvação e longe de Deus.
Não podemos ficar no meio do caminho a esmolar como Bartimeu, a proposta do Reino ensinada e vivida por Nosso Senhor Jesus Cristo não exclui ninguém, antes devemos ser ousados como Bartimeu que era cego e privado de liberdade, mas não se manteve surdo às palavras do Mestre, insistiu em sua oração e foi ouvido por Jesus; a passagem de Jesus pela vida de Bartimeu e também pelas nossas vidas nunca nos deixará sem respostas, muito pelo contrário, como a ele que voltou a enxergar por sua fé, o Senhor também nos fará enxergar as verdadeiras riquezas e tesouros que importam para nossas vidas.
Muitas vezes encontramos pessoas que procuram nos impedir desse encontro com Jesus, como no Evangelho onde tentavam calar o cego Bartimeu; esses podem ser familiares, amigos e colegas que se tornam obstáculos para nossa conversão, mas quando paramos com a correria do mundo e escutamos a voz do Mestre a nos chamar, não queremos mais viver o homem velho, apostamos toda nossa vida nessa proposta de Jesus, que é libertadora e eterna, portanto em nossas dificuldades podemos e devemos “gritar”: JESUS FILHO DE DAVI TEM MISERICÓRDIA DE MIM.
O Evangelho de hoje nos convida a uma reflexão profunda, devemos continuar como cegos e surdos presos às nossas paixões e incertezas ou mergulhar profundamente no projeto que Deus nos apresentou em Cristo, projeto de liberdade e vida eterna?
A proposta de Jesus é libertadora e transformadora, estamos dispostos a aceitar e viver como comunidade do céu já aqui na terra?
O cego Bartimeu escutou Jesus e decidiu gritar o seu nome, pois ao chamá-lo de Filho de Davi sabia de quem se tratava e que tinha o poder de torná-lo um homem novo; sendo assim, reconhecemos Jesus como Nosso Senhor e Salvador ou ainda andamos procurando-O por aí?

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