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por Nilo Pereira

1ª Leitura (Ex 16,2-4.12-15)
O fenômeno das codornizes é muito conhecido por parte dos estudiosos do comportamento dos animais. Durante suas migrações em direção ao sul, pássaros costumam descansar, esgotados que estão pela longa viagem no deserto do Sinai, e se tornam presa fácil dos beduínos. Até mesmo o maná de que se alimentaram os israelitas no deserto não foi uma milagrosa chuva de um alimento muito saboroso caído do céu, mas sim, uma substância muito “natural” uma espécie de pingo de açúcar que goteja de um arbusto que ainda em nossos dias cresce no deserto do Sinai. Vamos extrair desta introdução uma mensagem: vislumbrar em tudo o que acontece, a presença de Deus, que acompanha com amor providente a vida e o destino de todos os homens e de todos os povos.
O conteúdo do trecho começa com as murmurações do povo que, depois dos primeiros dias de entusiasmo pela liberdade conquistada, sente saudade do Egito: lá era escravo, mas tinha comida em abundância. A fome faz até lembrar coisas que nunca teve (está sonhando com. . . . panelas de carne).
Diante das queixas do povo, nossa expectativa seria de uma reação severa de Deus, mas Ele não castiga, responde enviando o maná.
É essa também a experiência de cada cristão. Depois da alegria inicial por causa da conversão e da decisão de seguir a lógica do Evangelho, logo bate a saudade da forma de vida antiga. Não era vida digna do ser humano, mas sempre havia seus aspectos agradáveis. . .
Deus não fica irritado por causa das nossas fraquezas, das nossas mazelas. Como fez com Israel, nos mostra novas provas do seu amor, novos sinais de sua presença.
Na oração do Pai-Nosso, não pedimos a Deus a garantia para o futuro, mas pedimos o “pão para este dia”. Não rezamos para acumular bens, armazenar alimentos “para o dia seguinte” enquanto os irmão passam fome “hoje”; ele liberta o próprio coração da ganância de possuir bens e da preocupação angustiante pelo dia de amanhã.

2ª Leitura (Ef 4,17.20-24)
Os cristãos – ensina Paulo – continuam sempre sujeitos à tentação de voltar aos costumes pagãos, aos quais renunciaram pelo batismo (vers.17). Ao contrário, eles devem sempre se lembrar de que se tornaram uma nova criatura.
Para dar mais ênfase a essa exortação, ele se serve da imagem do homem velho e do homem novo (vers.22-24). Trata-se de uma comparação muito eficaz: o homem velho representa a vida de pecado, da dissolução, da avidez e das baixezas de quem se deixa seduzir pelas paixões enganadoras. O homem novo, ao contrário, representa a criação nascida da água do batismo e completamente transformada no seu comportamento moral.
Os cristãos das nossas comunidades não se sentem muitas vezes inclinados a tentar harmonizar e fazer conviver na mesma pessoa o “homem velho e o homem novo? Quem colocou sua vida no caminho de Cristo, poderá aceitar compromissos com os vícios dos pagãos?

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