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Evangelho – (Jo 6,1-15)

por Diác. Valdeci Florentino Santos
Paróquia Nossa Senhora Aparecida

A liturgia do 17º domingo Comum nos dá conta da preocupação de Deus em saciar a “fome” de vida dos homens. De forma especial, as leituras deste domingo nos fala que Deus conta conosco para repartir o seu “pão” com todos aqueles que têm “fome” de amor,
Jesus é o Deus que Se revestiu da nossa humanidade e veio ao nosso encontro para nos revelar o seu amor. O seu projeto – projeto que Ele concretizou em cada palavra e em cada gesto enquanto percorreu, com os seus discípulos, as vilas e aldeias da Palestina – consiste em libertar os homens de tudo aquilo que os oprime e lhes rouba a vida. O nosso texto mostra Jesus atento às necessidades da multidão, empenhado em saciar a fome de vida dos homens, preocupado em apontar-lhes o caminho que conduz da escravidão à liberdade.
A “fome” de pão que a multidão sente e que Jesus quer saciar é um símbolo da fome de vida que faz sofrer tantos dos nossos irmãos… Os que têm “fome” são aqueles que são explorados e injustiçados e que não conseguem se libertar; são os que vivem na solidão, sem família, sem amigos e sem amor; são os marginalizados, abandonados, são as crianças vítimas da violência e da exploração; … É a esses e a todos os outros que têm “fome” de vida e de felicidade, que a proposta de Jesus se dirige.
Jesus se dirige aos seus discípulos e lhe diz: “dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos de Jesus são convidados a continuar a missão de Jesus e a distribuírem o “pão” que mata a fome de vida, de justiça, de liberdade, de esperança, de felicidade de que os homens sofrem.
O que resulta da proposta de Jesus é uma humanidade totalmente livre da escravidão dos bens. Os necessitados tornam-se livres porque têm o necessário para viverem uma vida digna e humana; os que repartem os bens libertam-se da lógica egoísta dos bens e da escravidão do dinheiro e descobrem a liberdade do amor e do serviço.
Jesus não cria pães e peixes a partir de nada. Cria a partir dos cinco pães e dois peixes do menino. A partir do pão dos pobres! Ao multiplicar os pães e os peixes, Jesus multiplica o dom do menino. Mas é ridículo alimentar uma multidão de cinco mil homens com tão pequena quantidade. Mas uma pequena quantidade pode ter um valor infinito. Jesus não olha como nós. O nosso olhar deve ser como o de Jesus. Quando damos amor, amizade, um pouco do nosso tempo ou simplesmente um sorriso, quando procuramos respeitar o outro, sem o julgar, quando fazemos um caminho de perdão… Jesus serve-Se desse pequeno pouco para construir conosco, pacientemente, dia após dia, o seu Reino.
No final, os discípulos são convidados a recolher os restos, que devem servir para outras “multiplicações”. A tarefa dos discípulos de Jesus é uma tarefa nunca acabada, que deverá recomeçar em qualquer tempo e em qualquer lugar onde haja um irmão “com fome”.

Amém

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