Pe. Gustavo Francavilla
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Igreja Colegial

Uma das principais celebrações anuais do Colégio São Luís em Itu era a festa de seu padroeiro, a 21 de junho. Luís de Gonzaga (1568 – 1591) foi um nobre italiano, que abandonou a família e o título de marquês para entrar na Companhia de Jesus. A sua curta trajetória serviu de modelo à juventude, menino de orações, impressionante espiritualidade, no último ano de vida, dedicado aos pobres e enfermos em Roma.
O nome e a história de São Luís eram desconhecidos em Itu quando chegaram aqui os jesuítas. Os padres Onorati e Taddei é que divulgaram a trajetória do padroeiro dos jovens estudantes, antes mesmo que se fundasse o colégio com seu nome.
A igreja colegial, cuja imagem ilustra este artigo, só foi inaugurada no tricentenário da morte do padroeiro, em 1891, com festas grandiosas. Antes dela, as demais igrejas ituanas serviam às celebrações organizadas para os alunos. Nas solenes procissões, pelas ruas de Itu, era conduzida a belíssima imagem esculpida no próprio colégio pelo Irmão Giovanni Alberani. Ela ainda se conserva no colégio, em São Paulo. No espaço interno do educandário havia academias literárias com discursos, concertos e recitação de poemas.
Em 1887 a festa de São Luís Gonzaga foi adiada para agosto a fim de contar com a presença do bispo do Rio de Janeiro, D. Pedro Maria de Lacerda e com o presidente da província, Visconde de Parnaíba (Dr. Antonio de Queiroz Telles). Esta celebração, o jovem padre Gustavo Francavilla assistiu, ele que, como Luiz de Gonzaga pouco viveu, marcado por notável espiritualidade.
Nascido em Alatri, na região central da Itália, a 7 de maio de 1857, ao completar 19 anos Francavilla já estava na Companhia de Jesus. A sua formação se deu em diversos países europeus – França, Espanha, Albânia e Inglaterra. Em Jersey notou-se que havia adquirido a tuberculose. Seus estudos foram reduzidos, então. Ordenado padre, foi destinado ao colégio São Luís, ao qual chegou em 14 de outubro de 1886.
A sua destinação, porém, ficou incerta pois os superiores não sabiam se ele ficaria no colégio, lecionando, ou se iria para as missões. Por ora, buscava-se melhor clima para recuperar a saúde, mas sem fazer muito esforço. Francavilla se tornou prefeito espiritual dos enfermos, estudando e se preparando para o magistério, que acabou não exercendo.
O padre Gustavo Francavilla foi exímio desenhista, admirado pelos colegas por sua capacidade de fazer retratos.
Nos últimos meses de vida a enfermidade se tornou mais grave. Em janeiro de 1888 acompanhou a comunidade em férias à fazenda Boa Vista, de clima ameno, mas no dia 20, já muito abatido, veio a falecer no Colégio São Luís com apenas 31 anos.

Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica “Padre Luiz D’Elboux”

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