Creio na Ressurreição da carne
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Chegamos ao 11º artigo, o penúltimo do Símbolo Apostólico. Nos encaminhamos para os “finalmentes” desta série sobre o Creio e também sobre o Catecismo da Igreja Católica.
“O termo ‘carne’ designa o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A ressurreição da carne significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos corpos mortais (Rm 8,11) readquirirão vida.” (CC 990).
Crer na ressurreição da carne é o que faz de nós cristãos, e somente a compreendemos tendo em vista a morte e ressurreição de Jesus Cristo, pois assim nos afirma São Paulo na sua primeira carta aos Coríntios (1Cor 15): “E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia é também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram.”
Nos define o Catecismo acerca da ressurreição: “Que é ressuscitar? Na morte, que é a separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.” (CC 997).
Cristo ressuscitou com seu próprio corpo como Ele próprio afirma nos evangelhos: “Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu!” (Lc 24,39). Os discípulos reconheceram Jesus, Ele manteve sua identidade, mesmo que num corpo glorioso. Da mesma maneira os que ressuscitarão em Cristo o serão com seus próprios corpos que têm agora, porém, este corpo será transfigurado em corpo de glória mantendo-se a mesma identidade. Por isso ao cristão é inconcebível crer em Jesus Cristo Ressuscitado e acreditar também no espiritismo, acreditar em ressurreição e reencarnação. Impossível! Ainda diz a Carta aos Hebreus 9,27: “Os homens devem morrer uma só vez”.
E desta morte podemos destacar os seguintes aspectos:
Como termo da vida terrestre. Nossa vida é medida pelo tempo e seus sinais de envelhecimento; lembram-nos da nossa mortalidade através da velhice, serve para não perdermos tempo vivendo atrás de coisas que não vale a pena mas gastarmos nossa vida com o que é santo.
Como consequência do pecado. A Igreja crê que a morte como vivemos hoje, tão dramática e dolorosa, é fruto do pecado. Deus não destinou o homem a morrer mas o pecado o fez imperfeito e na vida eterna somente entra a perfeição e santidade. Por isso são Paulo diz: “o último inimigo do homem a ser vencido é a morte” (1Cor 15,26).
A morte é transformada por Cristo. “Jesus, o Filho de Deus, sofreu também Ele a morte, própria da condição humana. Todavia, apesar de seu pavor diante dela, assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em benção.” (CC 1009).
Graças a Jesus Cristo, a morte foi vencida e ganhou um novo sentido cristão abrindo a possibilidade de, pela fé, desejarmos estar com Cristo na vida eterna, a não termos medo de morrer pois sabemos que a última palavra não é mais a derrota da morte, mas a vida em Deus.
Nesta perspectiva, convido todos a lerem o capítulo 15 da Primeira carta de São Paulo aos Coríntios.

Boa Leitura.

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