Ilustre varão
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Homenagem a Tristão Mariano da Costa

por Evandro Antonio Correia

Caros leitores, novamente faço espaço à nossa memória ituana. Reescrevi a Oração Fúnebre de 2008, em homenagem a Tristão Mariano da Costa, que aqui será em duas partes. É um estilo diferente de texto que, às vezes, me aventuro.
Farei o elogio deste varão, deste «Homem de bem», da série de nossos antepassados: grande glória lhe concedeu o Altíssimo, engrandeceu-o desde tempos antigos. Sepultado em paz, sua fama vive por gerações. A sua sabedoria, cantamos, e agora proclamaremos seu louvor!
O louvor dos antepassados! Uma recordação histórica!
Se Deus se revelou na natureza, não menos se revelou na História. Eis a fonte, o grande hino do livro do Eclesiástico (44,1-15):
«Louvemos aos varões gloriosos, e aos nossos pais na sua geração. Ações de muita glória obrou o Senhor com a magnificência do seu poder desde o princípio do mundo. Eles dominavam os seus estados, como homens grandes que eram em virtude, e adornados da sua prudência, anunciando como profetas a dignidade dos profetas, e governavam o povo do seu tempo, e com a virtude da prudência davam avisos mui santos aos povos. Com a sua habilidade acharam a arte das consonâncias da música, e expuseram os cânticos das escrituras. Eram homens ricos em virtude, solícitos do decoro: pacíficos em suas casas. Todos estes alcançaram glória das gerações da sua nação, e ainda hoje são louvados pelo que fizeram em sua vida. Mas aqueles são varões de misericórdia, cujas obras de piedade não faltaram. Com a posteridade deles permanecem os seus bens. A sua prosápia e a sua glória não serão abandonadas. Os seus corpos foram sepultados em paz, e o seu nome vive na sucessão de todos os séculos. Os povos publiquem a sua sabedoria, e anuncie a Igreja o seu louvor».
Um hino que narra os prodígios divinos, um «louvor a Deus por suas ações históricas».
A nossa série de antepassados, embora pareça um desfile histórico, são personagens concretos: – Salomão e Ezequias (sábios e poetas); – Elias (profeta-vidente); – José (príncipe no Egito); – Isaías (conselheiro); – Davi e Asaf (elevados compositores).
Alguma semelhança nesse elenco? O nosso «Homem de bem», expressão que vem do passado e que vai além da nossa mera realidade!
Grande hasidim! Homens que receberam de Deus a bondade, a misericórdia, e praticaram-na com os outros! E nos vários tipos de bondade, não somente a caridade, o nosso antepassado, grande «Homem de bem», nutriu constante sua aliança com a santa herança recebida.
Ao considerar a categoria «de bem», do nosso «atual» antepassado, redescobrimos, a forte expressão de continuidade e pertença! Assim, como o autor bíblico aplicou na sua seleção histórica, também hoje aplico às nossas origens, à nossa mente, tal feita divina: a misericórdia de Deus o fez «benfeitor»!
O escritor bíblico faz acontecer a dimensão, análoga à nossa realidade, da sabedoria dos heróis que glorificam a Sabedoria de Deus, que é sua fonte.
Heróis?! Sim, de Israel no passado, e dos nossos «atuais» antepassados, dos heróis de nossa terra de Itu, do grande hasidim, do herói Tristão Mariano da Costa.
Ora, Deus lhe concedeu participar de Sua glória pela bondade, pela misericórdia, pelas suas «façanhas». Aquelas do nosso músico, do nosso político, do nosso educador, do nosso «benfeitor»!

Continua.

Até a próxima.

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