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As crônicas biográficas apresentadas neste espaço trazem trajetórias de vida de homens de fé, cuja marca de vida é justamente a disponibilidade para o trabalho espiritual, dedicando-se à vida missionária através da educação e da espiritualidade.
Os jesuítas europeus, na segunda metade do século XIX, construíram uma rede de ações através de missões espalhadas por diversos pontos da América, Ásia e África retomando lugares em que estiveram nos primeiros tempos da colonização. Tratou-se de uma renovação do Catolicismo de Influência, que visava converter as populações. Nesse novo momento propunha-se uma vida de intensa proximidade com os sacramentos, confissão e comunhão constantes, nem sempre presente na vida do povo de Deus no período anterior. O convite para integrar as Congregações Marianas e o Apostolado da Oração, dois grupos de vida consagrada ou vivência devocional, fortalecia a participação na vida da Igreja, senão diária, ao menos dominical.
Esses padres se fizeram de veículo de pregação do catecismo católico como enfrentamento ao indiferentismo religioso, ao livre pensamento e às igrejas reformadas que também buscavam espaço dentre a fé do popular. Enrico Sebastiani foi um missionário que circulou pela América do Sul a fim de ensinar, pregar, confessar e celebrar a ressurreição de Cristo dentre os diversos países, falando com eles em sua língua própria, animando-os e propondo conversão à nova vida espiritual.
Nascido em Roma a 20 de outubro de 1837, Sebastiani entrou para a Companhia de Jesus poucos dias antes de completar vinte anos. Feita a formação, lecionou uns anos em colégios na Itália.
Através da Província Castelhana, iniciou a vida missionária no Equador. Depois esteve no Maranhão, em Nova Trento (Santa Catarina), até chegar a Itu, a 02 de julho de 1885. A estada em nossa terra foi curta, apenas oito meses de excursões e trabalho nas colônias italianas da região. Deve ter impressionado o homem de quase cinquenta anos o progresso material do Colégio São Luís e seu belo edifício, cuja foto ilustra nossa matéria. Em 17 de março de 1886, Sebastiani partiu para Pasto, na Colômbia, onde esteve até 1895, ensinando filosofia e história natural. Em seguida retornou ao Equador, nos colégios de Quito e Riobamba, passando de novo para a Colômbia, para viver e trabalhar em Bogotá e Cartagena.
Sua última jornada foi para as Ilhas Canárias, na Península Ibérica. Faleceu em S. Cruz de Tenerife, a 9 de Maio de 1902, a caminho do Brasil.
Sobre ele, registrou o padre Caseres, em relação ao trabalho apostólico que desenvolvia na Colômbia: “Gostava principalmente de pregar a divina palavra e falava com grande contentamento do auditório. Os seus discursos eram bastante práticos e revelavam uma grande solidez de doutrina. Subiu a todos os púlpitos da cidade, da catedral até o último do subúrbio chamado “o pé do Papa”. O Arcebispo de Cartagena o escutava com muito prazer e tinha para com ele especial afeição e estima.”

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